Na Guarda e em todos os municípios servidos pela Águas do Zêzere Côa, as tarifas da água e saneamento dispararam 10% e 15%, respetivamente, de forma escandalosa, tendo sido este aumento carimbados pelo ministério do ambiente e com a firme promessa, da AdZC, de que os aumentos irão continuar de forma pungente.
Culpa de quem?
Diz o administrador da AdZC, João Rodrigues, de quem os munícipes de A. da Beira, Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, F. de C. Rodrigo, F. de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Penamacor, Seia, Sabugal e O.do Hospital, são mais vítimas da sua incompetência que seus clientes, na comunhão deste bolo social, que os custos da água na região, devido às caraterísticas do terreno (?), são mais dispendiosas do que noutras regiões.
Convido então todos os munícipes a “falsificar”este pálido sub-argumento, à maneira de Popper, de forma interrogativa: água mais cara numa região onde brota como os cogumelos em qualquer poça ou charco? Dificuldades de captação onde, com a ajuda da gravidade, se poupa nos gastos da bombagem?
O único argumento que não é descartável é a falta de rigor na gestão, os exorbitantes ordenados dos seus incompetentes administradores, que do sector percebem muito pouco, incompetentes ao ponto de nem conseguirem gerir uma reles e imunda chafarica. O único argumento a não descartar é a falta de cuidado no manuseamento, sustentado no “toca a esbanjar”, deste dinheiro que é público, onde o escândalo do aumento de custos é diretamente proporcional ao desacelerar do investimento por parte desta empresa multimunicipal.
Culpa de quem?
Os presidentes dos 16 municípios que integram a AdZC assinaram AGORA um manifesto contra os aumentos da água e saneamento, o presidente do município do Fundão apelou à intervenção do Instituto Regulador de Águas e Resíduos, no sentido de tomar medidas que inviabilizem a pretensão da empresa multimunicipal. Alguns executivos camarários, que em tempos “mamaram” no dinheiro das infra-estruturas, amarrando-se voluntariamente ao “esquema”, esperneiam, quais virgens ofendidas, na ameaça de abandonar a associação.
Os presidentes dos 16 municípios que integram a AdZC, agora com mais de 100 milhões de euros de dívidas, ao invés de engolirem um contrato, onde a “prerrogativa” do agravamento do custo da concessão era inevitável e iria sobrecarregar os consumidores, num esquema incoerente e sempre em deficit, ao invés, dizia eu, sempre tinham a alternativa de prestarem elas próprias o serviço de forma individual ou em cooperação. Não o fizeram por incompetência? Aderiram á AdZC de forma “cega”, vítimas do fulgor da sua falta de visão.
Culpa de quem?
Culpa da Covilhã não ter aderido à empresa? Como maior cliente poderia sustentar e rentabilizar a empresa? Mas… se sem a Covilhã a empresa era insustentável porque avançaram?
E o presidente da câmara da Guarda, actual administrador da assembleia-geral da AdZC, ao invés de recuar na intenção, que ainda vai a tempo, pois o argumento da insustentabilidade do sistema fora da AdZ, não colhe respeito nem credibilidade, por motivos mais-que-óbvios, E COMO MOEDA DE TROCA, para sossegar os nervos da estrutura, leva agora à Assembleia Municipal uma declaração de interesse público para a AdZC efetuar obras nos equipamentos, inseridos na Barragem do Caldeirão – Mondego superior. O presidente da Câmara da Guarda aposta numa arraigada respiração boca-a-boca num sistema ultrajantemente moribundo, oferecendo-lhe de mão beijada novas captações no Caldeirão, em troca de limpeza de dívidas.
Seria ocioso lembrar aqui que a água é um direito social público, parece ser a esfera pública, que não ao abrigo dos interesses públicos, quem mais viola esse direito e, dentro dessa mesma esfera, se põe em causa a sobrevivência, já em si frágil, de toda uma região.
VAMOS CAIR NESTE ALÇAPÃO?
Jorge Noutel
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