domingo, 30 de maio de 2010

...suspensos na varanda...

Qualquer ditadorzeco percebe, usa e abusa do truque psicológico da prestidigitação visual de uma passerele vermelha... confessso que a iniciativa me fez suspender, de um certo modo, o juízo, tal a rasteiriçe e trauliteiriçe do cerimonial de "sodomização" destas almas sorumbáticas ...

domingo, 23 de maio de 2010

...a democracia em paine...

"Para um análise da noção de democracia em Paine, pode-se pensar a origem do Estado enquanto um agente centralizador do poder. Com a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, o poder torna-se territorial, e consequentemente o Estado passa a ter terras. Assim, tem-se a transição de um "poder personificado" para um "poder territorializado". Portanto, a primeira tarefa do Estado moderno é a delimitação das fronteiras, a centralização do poder nas mãos dos reis, mas sem a destruição do poder econômico. Neste contexto é possível visualizar a Monarquia, autocrática e unitária; e posteriormente a República, democrática e federalista. Contudo, criou-se a tese de que a República seria viável somente em lugares pequenos, não em grandes impérios. A partir da independência norte-americana e do Congresso da Filadélfia, a república federalista torna-se viável. O problema do federalismo é de ordem territorial, isto é, das condições concretas de cada país. Neste sentido, o federalismo é muito mais prático que filosófico. O Federalismo surge porque é necessário para descentralizar o poder, e impede que haja uma concentração despótica de poder. Pode-se notar que, nessa época, a ausência de qualquer organização institucional de caráter nacional. A divisão de Montesquieu entre executivo, legislativo e judiciário só faz sentido nos membros confederados. O temor de uma entidade supranacional mais poderosa e distante lembrava aos antigos colonos dos tempos em que eram súditos de Jorge III. Esse temor se digladiará com uma série de problemas econômicos, cuja resolução os frágeis vínculos da Confederação eram incapazes de proporcionar. Com o fim de revisar os artigos da Confederação, as treze ex-colônias reuniram-se em Convenção na cidade de Filadélfia em 1787.
A obra "O Federalista" é fruto da reunião de uma série de ensaios publicados na imprensa de Nova York em 1788, com o objetivo de ratificar o texto da Constituição. A obra conjunta de três autores, Alexander Hamilton, James Madison, John Jay. Estes autores estão intimamente ligados à independência dos EUA. Madison é considerado o pai da constituição. Hamilton foi o primeiro secretário do tesouro e conselheiro do George Washington. Madison juntamente com Jefferson, liderou a fundação do partido republicano. Os autores não concordavam entre si em vários pontos, mas concordavam que a Constituição de 1781 deveria ser ratificada. A filosofia política da época, em especial a de Montesquieu, era evocada pelos adversários da ratificação para fundamentar o questionamento que faziam do texto constitucional proposto. Montesquieu, membro de uma tradição que se inicia com Maquiavel e culmina com Rousseau, apontava para incompatibilidade entre governos populares e os tempos modernos. A necessidade de manter grandes exércitos e a predominância das preocupações com o bem estar material fazia das grandes monarquias a forma de governo mais adequada ao espírito dos tempos. As condições ideais exigidas pelos governos populares, um pequeno território e cidadãos virtuosos, amantes da pátria e surdos aos interesses materiais, não mais existiam. Este era o desafio teórico dos federalistas.
Já na Revolução Americana, costuma-se indicar a estruturação do Estado Constitucional, a supremacia da lei constitucional, do regime presidencialista (e com isso, novamente, os próprios direitos políticos de restrição ou controle do Estado) e no sentido mais jurídico, se ainda podemos falar dessa forma, temos as raízes das chamadas garantias institucionais. Este seria o cenário ou o espaço de realização do pensamento federalista, a consumação da República Federativa, como resultado prático dos artigos dos federalistas. Além disso, Thomas Paine (e seu Os direitos do homem) e Thoreau, na Defesa de John Brow, na linha da desobediência civil, são expoentes desse pensamento e devem ser tomados costumeiramente."

...richard wagner: das rheingold

quinta-feira, 20 de maio de 2010

...crenças radicais...

loucura é acreditar
que os barcos são filhos do mar...
também não se põem os pés
em cima de um banco!
não sabem para onde vão,
fecham os olhos,
dão-nos como perdidos!
também há lugares
onde os filhos não pertencem a suas mães...
comem de pratos iguais...
dão-nos como perdidos!

ana maria

...maria rita...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

... manuel alegre... um testemunho...

O Dr. que nunca foi.
Privei com Manuel Alegre na Assembleia da República, há alguns anos atrás, não como colega, mas no desempenho das minhas funções de jornalista. Sei de quem falo.
Alegre é um aristocrata, tradicionalista, snob, arrogante e hedonista. É o EU que impera na sua vida! Sempre foi.
Alegre gosta de se ouvir e tem a sorte de ter uma bonita voz, mas é só isso. Não tem hábitos de trabalho, nunca trabalhou, aliás, tem das mulheres um conceito machista e considera ser o melhor do mundo.
Esteve à frente em guerras importantes no PS, como a da co-incineração porque sabia que isso lhe dava palco, holofotes, luzes e TV.
Ele é um homem de palco, onde cultiva a sua elevada auto-estima. Sempre esteve contra o sistema e contra tudo o que fosse difícil, sempre esteve onde estava a vox populi que causava admiração.
Ele sabia que só isso lhe daria palco fácil. Ter as luzes sobre si por FAZER, CONSTRUIR coisas difíceis é mais complicado e menos apetecível para um aristocrata que gosta do ouro, da beleza dos salões, da caça e da pesca.
Além do mais ele não saberia como fazê-lo. Nunca soube. Optou pelo caminho do " eu nunca me calo". Foi mais fácil, mas também é um caminho pouco honorífico e honroso.
Prefiro as luzes que se abatem sobre os que optam por ajudar a construir coisas em Portugal, "metendo a mão na massa", tomando decisões impopulares, mas úteis ao país. Esse não é, definitivamente, Manuel Alegre.
Lanço um desafio: alguém consegue ver Manuel Alegre à frente de uma pasta? À frente de uma Câmara Municipal, a fazer coisas?
Alegre é um oportunista que nunca olhou a meios para se auto-promover. Fala dos instalados da política, mas o que é ele senão um instalado desde 1974? Porque não começa ele a dar o exemplo e dá o seu lugar a um jovem?
Por último, mas não menos importante, o que se pode pensar de um homem que nunca terminou a licenciatura em direito e deixa que o tratem por um título que não possui?
Eu, na Assembleia, nunca o tratei por Dr. porque não o é, apesar de saber que ele não gostava do Sr., é isso que é. Senhor Manuel Alegre. aqui

...casa cheia... que siga lá fiesta...





terça-feira, 11 de maio de 2010

...URGENTE!!! o papa já aterrou... por favor recolham as vossas crianças!!!

...where everything was as fresh as the bright blue sky...

...recado aberto ao presidente da junta de freguesia do canhoso...

"Apelo à sensibilidade dos dirigentes de REFER para que revejam esta situação e possam criar uma alternativa ao desmantelamento"NOTÍCIAS DA COVILHÃ (6 de Maio 2010)
...veio o Presidente da Junta do Canhoso a terreiro “ajoelhar” dentro do seu espaço vital, a sua própria terra, invocando a sua não clandestinidade como dirigente, apelando à sensível omnipotência dos senhores dirigentes da REFER para a não demolição da Ponte do Corge ...
...O percurso argumentativo afunilou pela não clandestinidade da bandeira e do brasão da freguesia, que também albergam esta fantástica ponte... Muito bem senhor presidente! Vamos lá então iluminar um pouco mais o assunto! Não sei se a sensibilidade dos senhores dirigentes da REFER, ou até mesmo a sua capacidade de entendimento, os levará a considerar a brutalidade desta mutilação na heráldica como um pecado, aliás, agora também com a concordância e o aval tácito, expresso documentalmente, do ministério das obras públicas, tranportes e comunicações no "tocádemolir"...
... Confrontado com o desafio de vir a terreiro manifestar a sua opinião, senhor presidente, faltou-lhe a ousadia de lembrar a importância histórica da construção desta ponte (datada do século XIX) e a todos os níveis, sendo hoje a marca do esforço e empenho, numa época em que a sobrevivência estava sempre ameaçada, da vontade de um povo que quis ascender a outro nível. Faltou-lhe a ousadia de lembrar que as soluções em termos de engenharia, na construção desta ponte, foram as da maior vanguarda para a época, contribuindo para a edificação de uma Covilhã que começou a trilhar riqueza a par da linha de caminho de ferro... a cidade começou a ser levada mais além em termos económicos e sociais... desfigurar a heráldica do Canhoso, depositária e reminiscente de todo este esforço imenso, singular e criativo, é mutilar a sua própria natureza... e estas coisas, senhor presidente, não se deixam apenas numas entrelinhas...
...Um pouco ainda mais de ousadia, senhor presidente, como dirigente eleito faltou-lhe o compromisso com a acção, a conduta fundamental, de que tudo fará para travar esta perversidade... por exemplo, mesmo não tendo habilitações técnicas, e como dirigente eleito, não deverá renunciar ao direito de exigir uma explicação cabal, interrogar os responsáveis, ministério incluído, sobre os estudo desenvolvidos sobre todas as soluções e custos… E estou muito de acordo consigo quando diz que a recuperação da ponte é tarefa impossível... não renuncie à consulta desses estudos detalhados e minuciosos que a REFER e o próprio ministério afirmam ter em seu poder, ainda mais como prova da sua boa fé e vontade...
Só por curiosidade, nunca questionou o silêncio da autarquia em relação a este assunto? É que neste momento e perante o assumir da sua posição pública, este prolongado silêncio representa uma afronta a essa mesma tomada de posição.
Uma coisa se torna cada vez mais clara perante os meus olhos, esta luta não pode apenas ser expressa numa carta aberta, e com isto demonstro o facto mais importante, a REFER, já com luz verde para a demolição, tem de ser também travada com todos os meios ao nosso alcance, ainda mais que a ponte é já um monumento de interesse municipal, e o governo do município, do qual o senhor presidente da junta do Canhoso faz parte, tem agora uma acção importante, barrando esta afronta intolerável.
...Iluminando um pouco mais o assunto...numa multidão de coisas que poderá fazer, não fique tristemente associado a uma mera carta aberta e a uma das mais puras inércias, que não é a sua versão mais original...
... A fatalidade, a acontecer, a única causa identificada será, senhor presidente...falha humana senhor presidente, falha nitidamente humana…num mundo ao avesso...
ana monteiro

domingo, 9 de maio de 2010

...eu fui...vogar contra a indiferença, pelos nossos rios...


Cerca de 80 canoístas e 30 embarcações desceram o Tejo, este domingo, desde a barragem de Cedilho ao cais fluvial de Vila Velha de Ródão, numa acção que juntou portugueses e espanhóis em defesa de uma gestão sustentável do rio.
Em Vila Velha de Ródão, algumas centenas de pessoas aguardavam a chegada das canoas para ouvir a leitura de uma Carta Contra a Indiferença, a que a Lusa teve acesso.
No documento, o movimento «Vogar contra a indiferença - pelos nossos rios, pelo nosso futuro», o responsável pelo protesto, apela às autoridades competentes, a nível internacional, nacional, regional e local, que defendam o Tejo e os seus afluentes.
Exige ainda «o cumprimento da Directiva Quadro da Água, ou seja, a garantia de um bom estado das águas do Tejo», a monitorização do cumprimento permanente do regime de caudais ambientais, a recusa dos transvases do Tejo e o apoio à investigação de alternativas sustentáveis, baseadas no uso eficiente da água.
A concepção de um projecto de desassoreamento do rio, que permita a sua navegabilidade, a garantia da qualidade e quantidade de água do rio Tejo e dos seus afluentes, a restauração do sistema fluvial natural e o seu ambiente e a valorização e promoção da identidade cultural e social das populações ribeirinhas do Tejo são outras reivindicações.
A Carta realça que o Tejo é o elemento unificador de toda a bacia ibéria e das gentes ribeirinhas.
«As populações do Alto Tejo conseguiram sobreviver e prosperar em harmonia com o rio que lhes foi generoso no passado e que será essencial no futuro», sublinha. IOL Diário

sábado, 8 de maio de 2010

MANIFESTO DA CANDIDATURA DE ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

"O poeta António Pedro Ribeiro, aderente nº 346 do Bloco de Esquerda, declara-se candidato à Presidência da República, com o apoio do Partido Surrealista Situacionista Libertário. A candidatura será apresentada no bar Púcaros, no Porto (Âlfandega) na próxima quarta, dia 12, pelas 23,30 h.
Numa era em que o mercado, a bolsa e as agências de rating comandam tudo. Numa era em que o Presidente e o Governo se limitam às contas de mercearia. Numa era em que a revolução alastra na Grécia. Numa era em que os diversos poderes nos reduzem à condição de mercadoria. Numa era em que a economia é uma treta. Numa era em que a dignidade humana percorre as ruas da amargura. Numa era em que o país só anda à batatada por causa da bola. Numa era em que a moeda cai. Numa era em que no meio do caos se faz o Carnaval. Numa era em que "a revolta torna a crise passageira". Numa era em que o melhor governo é não existir governo nenhum. Numa era em que a esmagadora maioria dos políticos mete nojo. Eu, António Pedro Ribeiro, 41 anos, declaro-me candidato à Presidência da República.
Numa era em que o tédio reina. Em que as lutas pelo poleiro já enfadam. Numa era em que começamos a ficar fartos do paleio da norma. Numa era em que já não há pachorra para as conversas da corte e para as falinhas mansas. Numa era em que o futuro se faz agora. Eu, António Pedro Ribeiro, 41 anos, declaro-me candidato à Presidência da República.
António Pedro Ribeiro ou A. Pedro Ribeiro é autor dos livros "Um Poeta no Piolho" (Corpos, 2009), "Queimai o Dinheiro" (Corpos, 2009), "Um Poeta a Mijar" (Corpos, 2007), "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll- três edições-Pirata, 2004) e "À Mesa do Homem Só. Estórias" (Silêncio da Gaveta, 2001). É diseur e performer, tendo actuado duas vezes no Festival de Paredes de Coura em 2006 e 2009 (esta com a banda Mana Calórica) e nas "Quintas de Leitura" do Teatro Campo Alegre no Porto em 2009. Nasceu no Porto em Maio de 1968, viveu em Braga, e actualmente reside em Vilar do Pinheiro (Vila do Conde).
Com os melhores cumprimentos,
António Pedro Ribeiro
tel. 965045714
Serafim Morcela
http://tripnaarcada.blogspot.com

...ESTRANHO, MUITO ESTRANHO...

"O Bloco de Esquerda (BE) decidiu que não vai consultar os resumos das 173 escutas que chegaram ontem à tarde ao Parlamento. A tomada de posição foi divulgada hoje e é justificada pelo facto de Francisco Louçã ter já repetido que o Bloco entende que as escutas não são relevantes para o objecto da comissão.
A recusa do BE é sustentada com os discursos de Louçã (Nelson Garrido/arquivo)
Os resumos das escutas do Face Oculta, solicitadas pelo PSD à comarca do Baixo Vouga, envolvem conversas entre Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares. E, segundo uma carta enviada à comissão pelo juiz de instrução criminal de Aveiro, António Costa Gomes, afiguram-se indispensáveis para compreender a tentativa de compra da TVI pela Portugal Telecom.
O PÚBLICO apurou que a recusa dos bloquistas em consultar e analisar os resumos é sustentada com os discursos de Francisco Louçã, que, por diversas vezes, defendeu que as escutas do processo Face Oculta devem ser mantidas sob o foro judicial.
João Semedo, deputado do BE e relator do inquérito, ficará assim privado de aceder a esta documentação, pelo que as escutas só irão figurar no relatório caso os restantes partidos políticos façam alusão às mesmas em reuniões e audições. " aqui
Este deve ser o mesmo Louçã que disse que o freeport era uma cabala:) e que se ia manter longe disso... se o processo das escutas de deve manter no foro judicial, então exactamente qual é o papel desta comissão de inquérito??? Um mero processo de intenções em que o joão semedo "ausculta" as "intuições", "impressões" e sensações" dos inquiridos??? Esta comissão só desprestigia o parlamento e a democracia em vez de apurar os factos:) :) Tem sido um bucólico espectáculo instrumentalizada para a caça ao voto:) :) ana

sexta-feira, 7 de maio de 2010

...dignidade, exige-se...

"Mais um aniversário do 25 de Abril.
Cada vez mais, as comemorações são a repetição exaustiva das já gastas cerimónias dos protocolos.
Os regulamentos, de tão repetidos, já soam a vazio. Vazio de ideias e de concretizações.
De cada vez que há mais um aniversário o país fica suspenso. Aguarda-se o discurso, para uso interno do presidente da República.
Este ano, repetiu-se a suspensão.
E, mais uma vez, ninguém se sentiu atingido pelas críticas, pelas análises do social e do económico.
Mas, já nada disto é de estranhar.
Estranha-se, isso sim, o facto de na última visita oficial do presidente Cavaco à República Checa ter ouvido de viva voz, em cerimónia protocolar, um ataque violento à dignidade dos portugueses. Sim, bem sei que o deficit não é culpa dos portugueses. Mas, e precisamente por isso, exigia-se da parte do presidente da República um veemente protesto pela forma abusiva, bacoca como um presidente que se vergou e calou perante a ditadura comunista veio atingir a dignidade de um povo que tudo tem feito, o que lhe é possível e impossível, com custos enormes da sua condição humana para evitar o aumento do deficit. Assim, foi vilipendiado sem que um presidente, dito representante de todos os portugueses, tivesse dito o quer que fosse. O mínimo que se exigia era que de imediato manifestasse a nossa repulsa e abandonasse a visita como desagravo por tudo quanto se tinha passado. Pior é que o anfitrião não satisfeito com a primeira investida voltou numa outra oportunidade a reiterar as críticas ao nosso país. Assistiu um país atónito a um engolir em seco perante tais desaforos de um presidente checo.
Uma é de mais; duas vezes é pulhice.
O respeito, a consideração que conquistámos logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, perdeu-se. O país voltou aos tempos da ditadura em que a comunidade internacional não nos considerava, em que o povo português era considerado como a mão-de-obra barata pronta para desempenhar todo e qualquer serviço que os europeus não desejavam. Um país em que os governantes usavam os discursos para entretenimento interno enquanto, lá por fora, as instâncias internacionais se iam rindo das patéticas manobras das obras, sempre com cerimoniais bacocos e podres. Quem se pode admirar deste regresso às péssimas épocas de incompetentes governantes que só pensavam nos chapéus que lhes cobriam as carecas?
Hoje, com tantos e tantos escândalos sem julgamento à vista, sem culpados. Com uma justiça que absolve os poderosos e condena os fracos.
O que se espera?
Um cidadão que denuncia às autoridades que foi alvo de tentativa de suborno.
Que colabora com a polícia em tudo e, tudo é deitado ao lixo por uns senhores juízes, doutos, que dizem que não e, que não, que o corrupto não podia corromper porque o presumível corrompido nada valia na hierarquia dos poderes.
Que a corrupção imobiliária é a que todos nós, que vivemos nas vilas, cidades deste país vão assistindo ao nível das câmaras com o maior volume de corrupção, com 69% dos casos.
Assim, é fácil falar, com veemência, cá para dentro, ser pesaroso e deixar desacreditar uma nação.
Agora quando se trata de defender os portugueses onde quer que seja, calam-se.
Como sempre uns cobardes, que uma democracia os viu crescer à sombra dos coqueiros, nas praias dos tomates.
Recordo Maquiavel, na linha do que pensou e escreveu sobre a política e os políticos. Aqui o evocamos neste jogo da política, misto de paixões e de interesses opostos de que a dissimulação constitui uma das regras essenciais.
“Mas esta natureza convém saber colori-la, ser-se grande fingidor e dissimulador; e são tão simples os homens, e obedecem tão bem às necessidades presentes, que aquele que engane, sempre há-de ter quem se deixe enganar. A um Príncipe não é, pois, necessário que possua as sobreditas qualidades, sendo porém de grande precisão o parecer tê-las (…). Como de parecer piedoso, fiel, humano, generoso, e até sê-lo; impõe-se-lhe porém ter o espírito instruído de tal modo que, sendo preciso não ser tais coisas, possa e saiba tornar-se o contrário delas.”
Ninguém é inocente... aqui

quinta-feira, 6 de maio de 2010

...eu vou...vogar contra a indiferença...

REMAR CONTRA LA INDEFERENCIA.


El próximo domingo, 9 de mayo, ADENEX participa en un conjunto de acciones de movilización ciudadana en defensa del Tajo y del patrimonio natural y cultural asociado, manifestando igualmente una protesta por el mal uso y la sobreexplotación a la que se encuentra sometido el río. La actividad consistirá en un descenso en canoa por el río Tajo desde la presa de Cedillo hasta As Portas do Rodão, por más de 100 piraguistas. El objetivo es reclamar los derechos del río Tajo tanto a nivel de conservación medioambiental como del uso sostenible de sus aguas. Aquí se procederá a la lectura de la “Carta contra la Indiferencia”. La actividad está organizada por Protejo - Movimiento por el Tajo, Asociación Salavessa Viva (ASA), Ambiente nas Zonas Uraníferas (AZU), ADENEX - Asociación para la Defensa de la Naturaleza y los Recursos de Extremadura, CerciZimbra - Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Sesimbra, Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN) e QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

...marcadores de civilização..."eu não ando a arrancar batatas"...


A vida do campo é dura. É inevitável a dureza da condição na luta pela subsistência. Paga-se no prometeico sacrifício, o protagonismo de retirar à terra o seu sustento. É dura a condição humana de simples intérprete das manhas, disposições e dos humores da natureza.
Em parágrafos de conversa, com deputados do Bloco de Esquerda, falavam com desdém da agricultura, demarcando-se em relação à inferior condição de almas trigueiras, dizia um deles “eu não ando a arrancar batatas, a minha mundivisão é mais alargada.” SINAL DE ALARME! Com estas tiradas e sem formação na área (escritos, investigação, participação em congressos), pertence agora à comissão parlamentar de agricultura:) É agora um douto defensor desta causa, conhecido, a nível nacional, regional e entre os vizinhos:) :) Uma impostura cravejada nos parágrafos do “refrão do igualitarismo”, apregoado de forma quase convincente no panfleto propagandístico da “ousada” política agrícola.
A vida do campo é dura. É inevitável, nestes lugares de excepção, o frio das madrugadas, o quase silêncio, enganado pelo madrugador roncar de um motor de rega.
Às sete horas da madrugada, já regressada da rega dos pimentos, confessava-me a ti Ascensão: “- A vida no campo é excomungada, hoje não levei a burra, tive de “carranjar” a água do poço, …, mas morria ao segundo dia atrás do balcão, aquilo é pior que uma prisão.” … rematou então: “fiz tudo para dar o curso aos filhos, lá andam por Lisboa…não é que não gostasse que ficassem por aqui, eu não troco isto por nada… mas, nunca seriam ninguém...”
…NUNCA SERIAM NINGUÉM… Marcas imperecíveis dos marcadores de civilização, será com toda a certeza uma invenção tardia o resgate da dignidade e da valorização do esforço das gentes do campo, mata-se a vida das pessoas em nome de uma tal mundivisão histérica de doutos cágados “que não urinam (cagam) nem defecam (mijam)”… “discriminadora”… traficam-se conceitos viciados de classe e de estatuto social… talham-se e amputam-se condições humanas…
É inevitável, nestes lugares de excepção, o cansaço espantado por uma malga de caldo, o desanuviar das pernas, sempre doridas, a escolha aqui é sempre tão reduzida, mas ainda assim é sempre mais livre.

...como fazer uma desvinculação da igreja... eu já fiz a minha, passei ao estado de heresia...

Para quem não quer ser integrado nos 80% pelos quais a igeja sempre fala, contabilizando o número de baptizados, é possível abandonar definitivamente a igreja católica basta, para tal,  apresentar o seguinte requerimento  na paróquia onde se realizou respectivo baptismo:

“Ex.mo Senhor Padre ______________
Paróquia de _____________________

REQUERIMENTO
Eu, __________________________, de nacionalidade Portuguesa e portador do Cartão de Cidadão com o número _______ (cópia anexa), venho, de forma consciente e livre, requerer, em conformidade com as normas canónicas que o regulam (câns. 124–126), que seja praticado um “actus formalis defectionis ab Ecclesia catholica”, com a consequente ruptura dos vínculos de comunhão – fé, sacramentos e governo pastoral.
Este requerimento é dirigido à autoridade competente da Igreja Católica, o Pároco da Igreja de __________, onde fui baptizado em __ de _______ de ____.
Por forma a facilitar o processo, informo que o meu baptismo consta de fls. sob o numero ____ do livro de registos de baptismo dessa paróquia referente ao ano de ______, conforme cópia de certidão de baptismo anexa. (parágrafo facultativo)
Assim, e na conjugação dos dois elementos essenciais para o efeito – a minha decisão interna de abandonar a Igreja Católica e correspondente actuação e manifestação externa, com a elaboração deste pedido – venho solicitar que seja averbado no livro de registo de baptizados (cf. cân. 535, § 2) a menção explicita de que foi praticado um “defectio ab Ecclesia catholica actu formali” onde se encontra o meu nome, e com isso se concretize a minha Apostasia da Igreja Católica Apostólica Romana, com as penas canónicas correspondentes (cf. cân. 1364, § 1).
Após a prática do “actus formalis defectionis ab Ecclesia catholica”, requeiro também que me seja facultada uma cópia da certidão de baptismo onde aquele acto se encontre averbado.
Espero deferimento,
Assinatura: ________________________

_________, ___ de _________ de ______
Anexos:
1) Cópia de Cartão de Cidadão
2) Cópia de Certidão de Baptismo (documento facultativo)”

...moulin rouge...jean renoir...