sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

...a noite treme...

Uma ambulância a chorar na avenida, coroada de lâmpadas azuis e encarnadas: deve ser a cozinheira a atravessar Lisboa. Lucília.
6:21 Quinta-feira, 18 de Fev de 2010
Os cães vadios chegavam em bando, vindos do escuro do pinhal, magríssimos, amarelos ou cinzentos, com feridas no lombo e de nariz junto à terra, a murmurarem. Aproximávamo-nos e fugiam com medo. Comiam pássaros mortos, carcaças de coelho, detritos. Às vezes, ao crepúsculo, sentia-os à volta da casa, procurando os sobejos do lixo no caixote: restos de frango, ossos, farrapos de embalagens de margarina, caroços de fruta. De tempos a tempos soluçavam, não ladravam nunca. Um deles, de pata mirrada no ar, caminhava com as outras três e as velhas, sentadas de lado nos burros, ameaçavam-nos com a bengala. Ou então dava com os cães de roda da capoeira a mirarem as galinhas. A cozinheira achava que eram almas penadas de gatunos. Os miúdos matavam-nos à pedrada, sob os castanheiros, e os animais ficavam para ali, cheios de moscas, a enterrarem-se sozinhos: quando não se enterra uma coisa viva a coisa sepulta-se sem ajuda, a pouco e pouco. As formigas auxiliam. E umas lagartas esquisitas, esbranquiçadas: tantos mistérios no mundo. Os arcos-íris, por exemplo, ou os milhafres da montanha, quietos lá em cima, a escolherem o vento. Tornei a dar por eles em África. Pelo menos pareciam-me eles, só que maiores e mais imóveis ainda. A única coisa que me surpreendia era a cozinheira não estar lá, a repetir
- Os milhafres
pasmada. Um dia adoeceu do peito e levaram-na. Desceu as escadas amparada a dois bombeiros. Lembro-me das pantufas e de segredar, pela dificuldade da boca
- Não tornamos a encontrar-nos, menino.
E não tornámos a encontrar-nos, realmente: o hospital de Viseu tão longe. Tudo tão longe nesse tempo, as caras dos adultos quase junto ao tecto, as cadeiras enormes e o mundo a encolher com os anos. Quando fica pequeno adoecemos nós: já vão sendo horas de arranjar umas pantufas.
Aqui, onde estou, a noite treme: não são as árvores, não são as sombras, não é a roupa, pendurada nos fios, que mal se distingue: quem treme é a noite. Move-se devagarinho na direcção de quê? Uma ambulância a chorar na avenida, coroada de lâmpadas azuis e encarnadas: deve ser a cozinheira a atravessar Lisboa. Lucília. A mala dela debaixo da cama, quase vazia, uma santinha fosforescente no vão da janela, brincos de pobre numa latita. Cheirava a lenha e a azedo, começava a ter rugas em torno da boca: se durasse uns meses mais tornava-se uma velha sentada de lado no burro a ameaçar os cães vadios com a bengala. Ao almoço tiravam uma batata crua do xaile e principiavam a roer-lhe a casca numa lentidão avarenta, enquanto os maridos, de boné, arrastavam a bota esquerda no largo. Reparando bem como a noite treme. Ou será a minha mão no papel? Avança e recua na cadência do sangue e eu a dilatar-me e a encolher-me com ela. Vontade de lhe chamar diminutivos: noitinha. Tão bonitos os diminutivos na nossa língua. Noitinha. Não tornamos a encontrar-nos, menino. E os brincos de pobre que não saem da ideia, a ferrugem na latita. Em cada ambulância é ela a circular na cidade, sem repouso. Não há hora que a não oiça, à roda, à roda. Se me aproximasse da ambulância fugiria com medo, como os cães? Ou levava-me à despensa
- Apetece-lhe um quadradinho de marmelada?
e ficava a ver-me comer, muito séria. Que queres de mim, noitinha, que não paras de chamar-me? Oiço o meu nome. Oiço o pêlo do tapete crescer, devo sentir-me sozinho, sinto-me sozinho, noitinha, confesso que me sinto sozinho: não há por acaso um burro aí para eu me sentar de lado com a minha batata no xaile? Roê-la mesmo crua, mesmo com casca? Cheirar a azedo e a lenha? Os milhafres em Portugal, os milhafres em África. As cadeiras enormes, tudo enorme. Apagar as luzes e ficar na casa vazia, de olhos abertos, à espera que qualquer coisa venha e me leve, não importa para que sítio desde que seja longe, onde ninguém me chama. De qualquer maneira, mesmo que permaneça à secretária, ninguém há-de chamar-me. visão

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

...a ponte do corge e o negócio da sucata ferriária...

Percorremos hoje em dia a pente fino a dramaturgica floresta, deste novo mundo, sem saber mais o que vamos encontrar, redes tentaculares? Redes de corrupção? Negócios ocultos? Podemos tingir os elementos, alterar as extravagâncias, não aceitar a embriagez e até cogitar na nudez da densa selva... mas... salta-nos ao caminho um trecho aparentemente furtivo: "Segundo o que o JN apurou, a acção insere-se no âmbito de uma investigação mais vasta, que tem vindo a ser desenvolvida desde há cerca de dois anos, relacionada com a existência de fortes suspeitas de práticas ilícitas, designadamente fuga ao fisco, branqueamento de capitais, facturas falsas, favorecimento e, eventualmente, corrupção, em negócios de compra e venda de sucata ferroviária." Até podem acusar a minha mente de heteróclita, mas não é que a ideia me assaltou? Até me podem acusar de partilhar da intoxicação e tomar tudo como sucata... mas não é que a maldita e descoroçoada ideia me assaltou? venda de sucata ferroviária!!!
 Encontrado um possível comprador, qual seria o valor da oferta????
E que rico negócio Manuel Godinho e a Refer poderiam fazer com a Ponte do Corge!!!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

...derrubar dois arsenais em quatro dias...


Indiferente ao calibre de armas ou ao número de munições, o FC Porto desmantelou, peça por peça, bala por bala, dois arsenais no lapso de apenas quatro dias. Primeiro o de Londres, depois o de Braga. Cada um na sua vez, tombou redondo no Dragão, vergado ao peso de um futebol explosivo e letal, que a revolta aos efeitos prolongados de uma emboscada ajudou a detonar, potenciando resultados devastadores.
O primeiro rebentamento não foi sequer surpresa, fazendo-se anunciar num assédio persistente, que deslocava o centro de decisões para as imediações da baliza de Eduardo. O rastilho, que ziguezagueava na aceleração curvilínea de Varela, fora aceso muito antes de um desvio primoroso de Raul Meireles levantar o estádio.
Havia muito, mas muito por deflagrar. O que estava para vir assemelhar-se-ia a um rebentamento em cadeia, sequenciado num misto de raça e talento replicado num extravagante colorido azul e branco, como num fogo-de-artifício bicolor. Cambaleante, o Braga tentava reerguer-se a custo, mas cairia por terra em dois minutos, percebendo, depois dos golos de Alvaro Pereira e Falcao, que pouco ficara para disputar ainda com o intervalo por vir.
O refinado sentido de oportunidade do avançado colombiano tinha tudo para colocar um ponto final na questão, que o prévio disparo do expresso do Uruguai, saído do meio de um pelotão de fuzilamento, se dispusera a acelerar. Pura ilusão. O FC Porto estourava em fibra e génio capazes de produzir mais duas explosões, numa exibição brilhante até na forma como solucionava as situações mais alarmantes na sua área. Porque também as houve. Porque o Braga também jogou.
Cinco golos é muito futebol, é uma torrente de categoria e engenho a compor um número e uma exibição para lembrar o desenlace recente perante um outro Sporting, também ele esmagado pela inspiração azul. É músculo, brilho e furor. Numa palavra, é Porto. Porto e a sua essência, a que não deve subtrair-se o mérito de derrubar dois arsenais em quatro dias  com um acumulado de sete golos marcados. Chamem-lhe goleada ou, se preferirem, apenas revolta. Ao cúmulo dos dois jogos obviamente, não aos outros."

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

...ethos...

... armada em trigueira sem cuecas, ceifava e cantarolava uma cantiga rural: " pelos campos há moiras verdadeiras, oiço-lhe a voz no choro das ceifeiras"...
...irrompeu do meio do trigo um soldado de napoleão que lhe arregaçou as setes saias e com sua baioneta poderosa "apichou"o lume a suas entranhas!...
... a trigueira ceifava e cantava...
...ceifava e cantava... cada vez com  mais convicção sem capitular ao invasor...

...estar unidos é ser uma só voz, um só corpo, um só coração, um sentimento...

Jesualdo Ferreira: «Transportámos qualidade para o campo»
No rescaldo da vitória robusta sobre o Sporting de Braga (5-1), na 20.ª jornada da Liga, Jesualdo Ferreira preferiu falar em «qualidade» em vez de «raiva». No entanto, o treinador também sublinhou que o grupo está coeso e que, quando assim é, o FC Porto é uma equipa «muito difícil de bater». Aqui ficam as frases-chave da conferência de imprensa do técnico.

União da equipa
«Ontem, naquela conferência de imprensa de que não estavam à espera, falou-se em união, falou-se em FC Porto. Somos FC Porto e vamos continuar a ganhar, mas o importante é que nos deixem jogar. Isto é que é bonito e tem de interessar, isto é que é futebol. Foi um bom jogo, entre duas boas equipas que entraram para ganhar. Não vou muito pela palavra raiva, transportámos qualidade para dentro do campo, dentro da evolução natural da equipa, embora todos saibam que estamos fragilizados, por força das lesões e dos castigos. A equipa está fatigada, porque num espaço curto de tempo fizemos 14 jogos.»

Plano de jogo cumprido
«Depois do encontro com o Arsenal, tínhamos uma estratégia para meter velocidade e muita agressividade ofensiva, admitindo que o Sporting de Braga iria discutir o encontro. O FC Porto foi hoje excelente na forma como interpretou o plano de jogo. Provavelmente, na análise do jogo, vão dizer que o demérito foi do Braga. Vamos pôr o mérito no FC Porto, que foi uma equipa sólida, solidária, com processos de jogo simples, mas muito difíceis de anular. Gostava que ao fazerem as vossas análises não colocassem o Braga no patamar de baixo. Foi totalmente mérito do FC Porto, o Sporting de Braga tentou sempre discutir o jogo connosco.»

30 pontos em disputa
«Assistimos provavelmente ao melhor jogo desta Liga. Teve qualidade, intensidade, um grande público e bons golos. Fica também a ideia de que o FC Porto tem 10 jornadas para chegar àquilo que são os nossos objectivos finais. São 30 pontos, vai haver muito futebol, muitos casos, mas a nossa linha de rumo aponta para dois pontos: a recuperação dos jogadores lesionados e o aumento da qualidade de jogo, embora nem sempre seja possível jogar como hoje. Os 30 pontos são aquilo que neste momento nos motivam: jogo a jogo queremos recuperar o nosso atraso e chegar ao fim no lugar que queremos.»

Uma só voz
«O Fernando tem tido problemas, desde que contraiu uma entorse no jogo com a Oliveirense. Tem acusado alguma fadiga e pode ter algum impedimento. Depois de tudo o que fizemos, temos substituto para o Fernando. Hoje, não tínhamos nenhum substituto para os 3 avançados, e isso é que nos preocupa. Tivemos grande carácter e solidariedade como equipa. Estar unidos é ser uma só voz, um só corpo, um só coração, um sentimento. Hoje fomos isso e, quando é assim, o FC Porto é uma equipa muito difícil de bater. Unidos é um só, não se esqueçam.»

domingo, 21 de fevereiro de 2010

...efeitos perversos do sindicalismo docente...

"A polémica declaração pública de Manuel Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica Portuguesa, ao responsabilizar recentemente os efeitos perversos do sindicalismo docente pela perda de autoridade dos professores, deve obrigar a uma reflexão aprofundada sobre um sindicalismo que fez da rua palco ruidoso reivindicativo, a exemplo das manifestações das grandes massas operárias de pendor revolucionário de fins do século XIX.
E porque “toda a verdade gera um escândalo”, como escreveu Marguerite Yourcenar, de igual modo, deve dar que pensar o silêncio cúmplice dos sindicatos docentes a um artigo de opinião de Helena Matos (Público, 21/10/2008), bem contundente pela escolha do titulo: “Para que servem os sindicatos?”
Do referido texto, transcrevo dados referentes a sindicatos docentes que, ainda segundo Helena Matos, “são uma extensão da administração pública e por ela sustentados”: “Os 450 professores que estão destacados nos sindicatos representam uma despesa anual superior a oito milhões de euros. No ano lectivo passado, estavam destacados 1327 docentes (…) que custavam por ano 20 milhões de euros, segundo estimativas do governo” (Agência Lusa, 2006).
Entretanto, no terreno movediço de conveniências ocasionais, surgiu, em tempos, uma aliança entre catorze sindicatos de professores que, forçosamente, conduziria a desavenças e clivagens profissionais com todos os traumas que a repulsão entre pólos opostos, por si só, justifica. Isto porque atendendo à pluralidade de interesses em jogo, segundo Cover (1986), “a opinião comum que é possível obter tem sempre um limite trágico”.
Disso mesmo nos viria a dar prova a Federação Nacional de Educação (FNE), quando o seu secretário-geral, João Dias da Silva, durante o seu 9.º Congresso (2008), reconhece ter a FNE “perdido visibilidade ao integrar-se na Plataforma Sindical, dizendo que no futuro serão necessários acordos para impedir que alguns sindicatos se sobreponham a outros injustamente”.
Reminiscências do sonho de unicidade sindical de inspiração marxista, emergente logo a seguir ao 25 de Abril e prontamente confrontado com o acordar do processo democrático que permitiu o aparecimento de vários sindicatos de professores? Ou, apenas, uma plataforma reivindicativa travestida de unicidade que as especificidades políticas e estatutárias dos sindicatos nela integrados desaconselhavam e, muito menos, deviam tolerar?
Com a conivência de certos sindicalistas e em nome de uma utópica igualdade que corre o risco de destruir a escola pública, continua a assistir-se a uma defesa desesperada e intransigente de um estatuto profissional docente em que o mérito se quer abrangente para todos os professores, a fim de poderem ascender ao topo da carreira em calhas de simples antiguidade e frequência de acções de formação de êxito duvidoso face ao que se passa e vai transpirando, de quando em vez, para fora das nossas escolas e se verifica nos resultados do PISA.
Resultados que mais não reflectem que o facilitismo de um sistema educativo que não avalia (ou avalia mal) os resultados das aprendizagens dos alunos, através de exames nos três ciclos do ensino básico, para dissimular a nudez de um ensino que não ensina adoptando a política do avestruz por "não queremos crer, realmente, na verdade, sendo essa uma das pobrezas do nosso tempo" (Jorge Luís Borges).
O murmúrio dos professores sem receio de serem avaliados em parâmetros de saber, de sacerdócio, de esforço, de dedicação ao seu múnus, deve merecer tanta ou mais audição junto dos poderes públicos que a vozearia daqueles que pretendem impor um estatuto da carreira docente ao serviço da mediocridade. Por outras palavras, em democracia as causas justas não devem submergir em ondas de turbas com slogans revolucionários que defendem os direitos para uns e os deveres para outros.
Será talvez a altura dos dirigentes de um sindicalismo arcaico se debruçarem atentamente sobre a tese de doutoramento em Sociologia de Manuel Carvalho da Silva, defendida no ISCTE, em Julho de 2007, intitulada “Centralidade do Trabalho e Acção Colectiva – Sindicalismo em Tempo de Globalização”, que termina com a seguinte advertência: “Os sindicatos estão desafiados a ter futuro”. E esse futuro, segundo o seu autor, passa por um mundo mais exigente e ajustado aos novos tempos em que cada um deve procurar ser mais qualificado, a excelência deve ser perseguida e os mais capazes devem ser premiados em resultado do seu contributo para os resultados.
Este género de sindicalismo, adaptado às necessidades dos tempos que correm, parece não ter caído nas boas graças do Partido Comunista Português. Assim, cito do Público (09/01/2008): “Manuel Carvalho da Silva poderá abandonar a liderança da CGTP e não ser sequer candidato a secretário-geral no próximo congresso que se realiza a 15 e 16 de Fevereiro. Carvalho da Silva terá mesmo já comunicado a dirigentes do PCP que não está disponível para continuar a dar a cara pela maior central sindical portuguesa, perante o tipo de imposições que este partido tem feito quanto à composição da futura direcção, bem como à estratégia e programa a seguir no futuro pela CGTP”.
Em notícia do mesmo jornal (23/01/2009) lia-se, em título, “Futuro do movimento sindical está em risco, diz a UGT de Portugal”. A razão apresentada pelo respectivo secretário-geral, João Proença, foi o risco “face ao baixo nível de sindicalização dos jovens portugueses, uma realidade que obriga a repensar a imagem dos sindicatos”.E acrescentava: “A UGT deve manter uma política de sindicalismo com propostas, que trabalha para obter acordos e que nunca faz da luta um objectivo de acção”.
Sintomaticamente, um estudo, incindindo sobre uma população de 16 países europeus, publicado no mês de Fevereiro de 2009 nas Selecções do Reader’s Digest, colocou a profissão de líder sindical entre as profissões menos confiáveis em Portugal. Para tentar inverter esta tendência, em tempo de mudança para um novo paradigma, um sindicalismo que se deseja moderno e responsável não deve continuar a asssumir uma política reivindicativa, exclusivamente, laboral, descurando os verdadeiros problemas de um sistema educativo que “ensina pouco, educa menos e exige quase nada”, em denúncia da Associação Comercial do Porto, anos atrás.
Em defesa de uma necessária paz social, embora num contexto mais amplo, no seu livro, “A transformação da política”, escreve Daniel Innerarity, considerado, pelo Le Nouvel Observateur, como um dos grandes pensadores do mundo actual, “que os recriminadores de ofício (…) costumam esquecer que a capacidade de indignação é limitada, classificando-os de “hooligans” da crispação política, oportunistas e ressentidos contra as instituições e a democracia de partidos”.
De forma lamentável e em resquícios de uma luta sindical do passado, uns tantos sindicatos docentes responsáveis por manifestações constantes no sector da Educação parecem querer continuar a criar um clima de conflito permanente, terreno fértil para a desestabilização da sociedade portuguesa e prejuízo presente e futuro para o sistema educativo português seu refém imediato. Como diziam os deputados do vintismo, nunca mais aprendemos."aqui

sábado, 20 de fevereiro de 2010

...desacreditar em bloco...digestão peculiar...


"Quero salientar o mérito pessoal e político de José Sócrates, porque o PS partiu para estas eleições legislativas numa situação de desvantagem. O PS tinha perdido as eleições europeias, houve uma campanha pessoal contra José Sócrates, havia descontentamento, mas o PS deu a volta à situação" Alegre

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

...semente de linhaça...

Segundo vários arqueólogos, no Antigo Egipto a linhaça era usada em mumificações. Outros achados apontam que era usada com sucesso para tratar ferimentos. E, se antigamente fazia parte até mesmo de rituais, hoje ela marca presença nos laboratórios de grandes centros de pesquisa em nutrição.
A semente de linhaça é considerada um alimento funcional, ou seja, contém, além dos seus nutrientes básicos, elementos que podem diminuir o risco de algumas doenças. O seu uso contínuo pode proporcionar aumento da defesa orgânica e redução do ritmo de envelhecimento celular.
Na composição da semente de linhaça estão presentes proteínas, fibras alimentares e ácidos gordos polinsaturados (Ómega 3 e Ómega 6), que lhe conferem a propriedade de alimento funcional. A semente de linhaça é a mais rica fonte de Ómega 3 existente na natureza.
Vários centros de investigação, têm focado a sua atenção no papel desta semente na prevenção e cura de numerosas doenças degenerativas.
Muitos estudos estão sendo desenvolvidos para confirmar os benefícios do consumo regular da semente de linhaça. Alguns desses estudos afirmam que a linhaça poderia ajudar a baixar os níveis de colesterol, pois é rica em fibras solúveis. Também esta sendo estudada outras funções e tem benefícios como:
Rejuvenescedor
Emagrecimento
Auxilia no combate a anemia
Auxilia no combate ao cancro: mama, próstata, cólon, de pulmão, etc...
Auxiliar no combate à acne.
Auxiliar no equilíbrio hormonal: TPM e menopausa;
Auxiliar na diminuição do risco de aterosclerose;
Auxiliar no controle da glicemia
O consumo regular de linhaça favorece o controlo dos níveis de açúcar no sangue.
Vitalidade Física
Sistema Digestivo
Sistema Nervoso
Doenças Inflamatórias
Retenção de Líquidos
Sistema Imunológico
Sistema Cardiovascular
Funcionamento Intestinal
Para o auxílio na redução de mau colesterol
Pele e Cabelo
Para aproveitar ao máximo os benefícios nutricionais da semente o melhor é triturá-la no liquidificador. De outra forma a casca, bastante resistente, pode passar intacta pelo aparelho digestivo, e assim as substâncias benéficas ficam impedidas de sair. Deve-se triturar e comer logo a seguir, porque a linhaça é muito susceptível à oxidação.
As sementes podem ser utilizadas em iogurtes, saladas, sumos, misturadas com cereais, massas de pão e bolos e em todos os outros alimentos. Também pode substituir o óleo ou gordura utilizada numa receita. Por exemplo, se uma receita pedir 1/3 chávena de chá de óleo, use 1 colher de sopa de semente de linhaça moída, em substituição.
Os cientistas só não chegaram ainda a uma conclusão sobre a quantidade ideal de consumo. Já vi várias sugestões de porções, desde 25 gramas (1 colher de sopa bem cheia) até 45 gramas (quase 2 colheres) por dia. Alcançar esta última indicação é bem mais difícil. A inclusão da semente no dia-a-dia deve ser gradual. aqui

...um dia vegetariano por semana...

Sabe que, no relatório «A Longa Sombra da Criação de Gado - Questões e Opções Ambientais», a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) declara que o sector da criação de gado emite gases nocivos em maior escala que os produzidos por todos os tipos de transportes em conjunto?
Sabe que o Banco Mundial demonstrou que, desde 1970, 91% da deflorestação na Amazónia está ligada às necessidades da indústria da carne, agravando os efeitos do aquecimento climático, que é um dos maiores problemas actuais do planeta?
Sabe que a indústria da carne é responsável por 37% de todo o metano devido às actividades humanas (que contribui para o aquecimento global 23 vezes mais que o dióxido de carbono), em grande parte produzido pelo sistema digestivo dos ruminantes, bem como por 64% do amoníaco que contribui para as chuvas ácidas?
Sabe que a pecuária intensiva é responsável pelo empobrecimento dos solos e põe em risco as reservas naturais de água, uma vez que a produção de um só quilo de carne de vaca necessita de 7 quilos de cereais ou feijões de soja e cerca de 15.000 litros de água?
Está consciente que a criação de gado incide assim directamente sobre o aquecimento climático, a poluição dos solos e dos lençóis freáticos, ao mesmo tempo que representa um terrível desperdício, pois perto de um terço dos cereais produzidos mundialmente destina­-se a alimentar animais?
Já pensou que, se os países “desenvolvidos” diminuíssem o consumo de carne, seria possível erradicar a fome que mata perto de seis milhões de crianças todos os anos no mundo?
Sabe que, a manterem­-se os números actuais da actividade piscatória, em 2048 não haverá peixes em liberdade nos mares e oceanos, o que acarreta consequências gravíssimas para o ecossistema? E sabe que os peixes e outros animais marinhos criados nas chamadas “fish farms”, usadas como alternativa à pesca em alto mar e que já fornecem metade do peixe consumido pelo ser humano, consomem eles próprios animais pescados em alto mar?
Sabe que as “fish farms” produzem largas quantidades de resíduos, que se espalham pelo oceano e mesmo até à costa, e que as concentrações anti-naturais em que os animais vivem nesses locais favorecem o desenvolvimento de uma série de doenças e parasitas?
A quem interessa este péssimo negócio, que só prejudica o planeta, o homem e os animais, criados, transportados e abatidos nas condições mais cruéis? A ninguém, excepto a uma minoria de grandes empresas e empresários, que, com o apoio dos governos e com a nossa colaboração, enriquece sacrificando à sua ganância as populações, os animais e o planeta.
É por isso que, tal como fez a Fundação Brigitte Bardot em França, o Partido Pelos Animais vem pedir ao Governo português que instaure um dia vegetariano em todas as instituições públicas, convidando as privadas a fazerem o mesmo. A exemplo do que sucede no município de Gent, na Bélgica, onde a Terça-feira foi delcarada “veggiedag”, sugerimos que todas as Terças-feiras as cantinas portuguesas apresentem ementas vegetarianas. A par disto, solicitamos aos cidadãos que, pelo bem do planeta, do homem e dos animais, se abstenham de comer carne e peixe nesse dia, o que é também extremamente benéfico para a saúde. Todos nos sentiremos melhor e, quem sabe, descobriremos que podemos estender progressivamente a dieta vegetariana a mais dias.
A redução do consumo de carne e peixe é hoje um imperativo ético, ecológico, terapêutico e económico, bem como o exercício da consciência cívica e política mais esclarecida que cada vez mais urge na actual situação do planeta.
Solicitamos à comunicação social que difunda esta proposta e a todos os cidadãos que a ponham em prática e divulguem por todos os meios.
Sexta-­feira, 23 de Outubro de 2009
A Comissão Coordenadora do Partido Pelos Animais
Fontes:
Livestock a major threat to environment (2006, 29 de Novembro). FAO Newsroom. Acedido em 21 de Outubro de 2009.
Opportunity Untapped (2006, 22 de Março). FAO Newsroom. Acedido em 21 de Outubro de 2009.
Biello, David (2006, 2 de Novembro). Overfishing Could Take Seafood Off the Menu by 2048. Scientific American. Acedido em 21 de Outubro de 2009.
Margulis, Sergio (2004). World Bank Working Paper No. 22: Causes of Deforestation of the Brazilian Amazon [versão electrónica]. The World Bank. Washington, D. C.. Acedido em 21 de Outubro de 2009
Schwartz, Mark (2009, 8 de Setembro). Stanford study: Half of the fish consumed globally is now raised on farms. Stanford University News. Acedido em 21 de Outubro de 2009.
Steinfeld, H., Gerber, P., Wassenaar, T., Castel, V., Rosales, M. e de Haan, C, (2006). Livestock's long shadow ­ Environmental issues and options [versão electrónica]. FAO. Roma. Acedido em 21 de Outubro de 2009.
Stober, Dan (2009, 20 de Fevereiro). Coasts catch fish farming’s dirty drift. Stanford University News. Acedido em 21 de Outubro de 2009.

...uma empresa que defendesse os princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade conseguiria sobreviver no actual contexto de mercado? ...

E os sindicatos?

Penso que os sindicatos foram em parte destruídos pela evolução da organização do trabalho. Não se opuseram à introdução dos novos métodos de avaliação. Mesmo os trabalhadores sindicalizados viram-se presos numa dinâmica em que aceitaram compromissos com a direcção. Em França, a sindicalização diminuiu imenso – as pessoas já não acreditam nos sindicatos porque conhecem as suas práticas desleais. aqui

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

...certificação europeia...

"Os «quartos» não ficam propriamente ali ao lado, ao virar da esquina, porque só uma exibição perfeita em Londres permitirá ao Dragão repetir a presença entre os oito melhores da Europa, mas sobre a qualidade portista não restam dúvidas. Com um jogo positivo, preparado para ganhar, o Arsenal fez muito mais do que contribuir para o brilho da vitória do FC Porto. Passou-lhe, pelo seu próprio punho, o atestado, acrescido de certificado de garantia.
Atitude foi, claramente, um dos atributos destacados do regresso portista à UEFA Champions League, mas o termo revela-se insuficiente para caracterizar a reapresentação, feita também de classe e aptidão no passe e na escolha de soluções e, em particular, na gestão dos ritmos de jogo, que oscilaram entre o rápido e… o muito rápido.
Ainda o primeiro minuto mal havia expirado e já a audácia atacante tinha aproximado o FC Porto do golo. Para Fabiansky deixara de haver defesa, mas o remate colocado de Ruben Micael encontraria o corpo de um adversário a meio caminho da baliza.
A sequência imediata sublinhava a intencionalidade do jogo portista, que não se fazia de acasos, e o golo tornava-se uma inevitabilidade, reduzida a uma mera questão de tempo. Mesmo que, no minuto imediato, Hulk falhasse o alvo por pouco, num remate cruzado.
A vantagem percebia-se no ar, quase podia cheirar-se, de tão intensa e rápida que a partida se tornara. Brilhante na posse de bola, o Arsenal não conseguia evitar o assédio à baliza do guarda-redes polaco que protegia as suas redes e, à terceira, Varela marcou, num pontapé em que misturou cruzamento e remate, depois de um drible absolutamente fabuloso sobre Clichy.
Num encontro de alto calibre, disputado palmo a palmo, a cada nesga de terreno e a um ritmo elevado, em que o FC Porto não corria sozinho e o Arsenal não dormia, o ascendente azul e branco desfez-se em sete minutos, num pontapé de canto que permitiu a Campbell compor a igualdade.
A lógica do ascendente portista, interrompida por uma enérgica disputa pela supremacia, foi retomada pouco depois do intervalo, na transformação rápida de um livre indirecto na área defendida pelos londrinos, que permitiu a Falcao fazer o 2-1 final, muito antes de os opositores darem a questão por encerrada.
Em períodos distintos, como que à vez, FC Porto e Arsenal estiveram por cima, mais fortes, mas os Dragões ficaram bem mais perto do 3-1, que acrescentaria margem de manobra para o jogo do Emirates Stadium, do que propriamente os ingleses do empate."

...as tetas da república...

A propósito do desafio lançado pelo jornal i (alicerçado na ideia de João Cutileiro que se propõe reformar o dito busto), e em ano de comemoração do centenário da República, sobre a necessidade ou não de mudar o busto da República, enquanto imagem que se melhor se adeque ao hodierno novo século - e por entre vozes que defendem que a imagem se mantenha e outros que sugerem recriações de Amália ou de velhas decrépitas com mais duma centena de anos -, o sempre subversivo Manuel João Vieira respondeu desta forma:
"Absolutamente. Deve ser substituído pelo busto de Ártemis, deusa grega associada à fertilidade, com múltiplos seios. A República precisa de ter mais tetas para tanta gente. Duas não chegam. Deviam dar leite ou vinho ao povo. (...) As mamas falam mesmo quando estão mudas." aqui

...políticos linha branca... testes a sua perspicácia lógica... desenleie a falácia...


Alegre (A) solidário com Sócrates(B)
Bloco de Esquerda (C) solidário com Alegre (A)
Logo, Bloco de Erquerda (C) solidário com Sócrates (B)

80`S



...nobre arruma alegre... e ainda bem!!!...

"Nobre, o líder da organização não governamental AMI, Assistência Médica Internacional, vai avançar com uma candidatura a Belém, apurou o Expresso.
O lançamento da candidatura vai ser feito na próxima sexta-feira, pelas 20.00, no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
O presidente da Assistência Médica Internacional integrou a Comissão de Honra e a Comissão Política da candidatura de Mário Soares à Presidência da República, em 2006, para depois apoiar e ser mandatário nacional do Bloco de Esquerda nas eleições europeias de Junho de 2009.
Nas últimas autárquicas fez parte da comissão de honra da recandidatura do social-democrata António Capucho à presidência da Câmara Municipal de Cascais.
Nobre, de 59 anos, natural de Angola, licenciado em medicina na Universidade Livre de Bruxelas e especialista em urologia e cirurgia geral, começou por fazer parte da organização francesa Médicos Sem Fronteiras, na altura em que esta era liderada pelo actual ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner.
Mais tarde, na década de 80, foi convidado para vir para Portugal pelo então ministro da Saúde, Maldonado Gonelha, que o desafiou a criar uma organização à semelhança dos Médicos Sem Fronteiras. Fernando Nobre criou, então, a AMI a que hoje ainda preside.
O facto de este médico ecléctico e com uma carreira ligada aos assuntos humanitários ter uma excelente rede de contactos no Bloco, no PCP e no PS parece ter feito acender uma luz entre os soaristas que viram nele a hipótese de uma união à esquerda. " expresso

...partido linha branca...

...O PSD anda a ganhar fôlego, na falta dele, para atacar sucessão, o Bloco de Esquerda, a CDU e o CDS, pousados na abastança das últimas eleições, que lhes foi mais favorável que nunca, andam perdidos de medo que sócrates capitule e... lá se vão os tachos dos deputados e assessores... já não vão na conversa de trabalhar para o interesse do país, que isso é conversa populista para todos eles...
...estamos perante um grupo escapulários de toleirões em total cordata, em que não se vislumbram dissemelhanças e, em que este povo de "incônscios",  teima em renovar o voto...

...verdades com punhos...

"Se nos fixarmos num ponto do universo físico ou moral, acabamos por aí criar bolor. É necessário mundar de sítio. A vida tem os seus venenos, e ainda outros que são os antídotos. Para fugir ao efeito dos primeiros, só há um meio: experimentar os segundos"

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

...kepler por philip glass...

...o mundo é belo, mas é pouco útil a quem não o sabe ler...

"O grande reformador da “commedia dell’arte”e um dos maiores dramaturgos do século XVIII nasceu em Veneza em 1707, no seio de uma família burguesa. Pouco interessado em medicina, profissão que o pai exercia, foi estudar filosofia no Colégio de Rimini mas em 1721, com apenas 14 anos, abandonou os estudos para seguir uma trupe de comediantes. O teatro apaixonava-o: gostava de ver, de escrever e até de representar. No entanto, a morte do progenitor obrigou-o a ir estudar Direito e a formar-se em advocacia, o que lhe permitiu ter vários empregos e garantir o seu sustento.
Em 1734, aos 27 anos, aceitou o cargo de poeta residente da companhia de teatro lírico de Giuseppe Imer, para o qual escreveu interlúdios cómicos, tragédias e tragicomédias, e, dois anos depois, mercê do seu rendimento fixo, pôde casar-se com a fiel Genoveva Nicoletta Conio. Mas foi só no ano de 1738, aos 31 anos, que Goldoni encontrou a sua verdadeira vocação: as comédias. Nesse ano, escreveu a peça “Momolo Cortesan”, na qual o protagonista tinha o texto todo escrito.
Iniciava-se, assim, a renovação da “commedia dell’arte”: até então, os papéis das personagens principais eram improvisados e dependiam muito do talento dos actores. Goldoni pôs a tónica no texto e desviou a atenção para a qualidade dos autores. Embora mantendo as figuras tipo e a estrutura coreográfica da acção da “commedia dell’arte”, aprofundou a caracterização das personagens e empenhou-se em retratar a classe média da sua época. Pelas peças de Goldoni perpassam, como em mais lado algum, a moral e os costumes do século XVIII.
Em 1747, Goldoni conheceu Gerolamo Medebach, director da companhia Sant’Angelo e aceitou o cargo de poeta residente da trupe. Finalmente, pôde renunciar à advocacia para se dedicar inteiramente ao teatro. Foi a época do seu apogeu: só na temporada de 1750-51 escreveu nada menos do que 16 comédias. Até que, em 1753 (no mesmo ano em que escreveu “A Estalajadeira”), e desentendendo-se com Medebach, decidiu abandonar a companhia e entrar para o teatro San Luca, com o qual permaneceu dez anos, na qualidade de autor residente e director de actores.
Alguns insucessos e uma disputa com o rival Carlo Gozzi, defensor de um teatro menos popular e mais literário e elitista, acabaram por levar Goldoni a abandonar Veneza, em 1762, e a partir para Paris, onde foi trabalhar para a Comédie-Italienne, para a qual escreveu peças de sucesso seguro e onde se tornou professor de italiano das filhas de Luís XV. Aí escreveu as suas “Memórias” (publicadas em 1787) e morreu, em 1793, quase na miséria, depois da Revolução Francesa lhe ter retirado a pensão que o rei lhe tinha conferido."

...salvem a ponte do corge...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

...hoje passei no hard rock...

sex on the beach
Vodka stolichnaya,
 licor de pessêgo,
sumo de laranja e groselha.

...tauromaquia não é cultura...

Tendo vindo recentemente a público o anúncio da criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, o PPA exorta todos os seus apoiantes e simpatizantes, bem como todos aqueles que se opõem à barbaridade que constitui a indústria tauromáquica no nosso país, a assinar esta petição, cujo objectivo é levar a questão a plenário na Assembleia da República e impedir a canalização de dinheiros públicos para esta actividade violenta e retrógrada, que nada tem a ver com cultura.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

...ensemble...

Passei hoje na Culturgest, exposições como as de Koenraad Dedobbeleer(?), e as suas formas de “ bricolage expedita”(?), instalam na prerrogativa da minha felicidade um campo de batalha, colocam-me no trágico estádio bárbaro (ignorante) da formação do meu gosto e da formulação do meu juízo estético.
O texto de apresentação prometia objectos do quotidiano em formas, funções, tamanhos e cores diferentes do que estamos habituados no quotidiano, mas... uma foto duma mesa virada do avesso, em cima de outra na posição correcta?? Nem o nome pomposo do tipo “vãs pretensões”(não havia lá nada com este nome, mas serve de exemplo), não chega para intoxicar os meus sentidos de deleite. Entrei lá numa sala (integrante da exposição) apenas com paredes, paredes muito brancas, e comecei a imaginar... lá mesmo no fundo um enorme cagalhoto com o nome tão grande como o dito: “isto não é um enorme cagalhoto, pode até parecer um enorme cagalhoto, pode cheirar a cagalhoto um enorme cagalhoto, pode saber a um enorme cagalhoto, mas isto não é um enorme cagalhoto... não pise o enorme cagalhote que não é um enorme cagalhoto ”… fica então o aviso!!!

Aquela exposição fez-me recuar o passo até ao apogeu daquelas décadas em que nos convidavam a não recear pelas novas formas de arte, a não recear o debate em torno do que poderia entender por arte, a não recear o debate em torno do debate animado sobre a valência estética… agora já me parece inconveniente… não sei se contaminada pelo meu estádio estético ainda bárbaro…
Sou um ser extremamente sensível, teimava em mim o desgosto de não conseguir acreditar que aquelas coisas tinham significado. Para arrefecer a falta do ânimo, decidi fazer parte do caminho de regresso a pé… O êxodo foi abençoado, usei a chuva como pretexto, não para cortar o cabelo, mas, para me sentar numa cadeira dentro de uma barbearia… naquele cenário instalou-se o deleite e a saciedade nos meus sentidos:) :) :) o eloquente ataque tesoura sempre em riste e em coragem, incapaz de falhar na intenção… a vigilância agitada da tesoura estava a dar cabo de todas as minhas fraquezas… a autoritária exposição da tesoura estava a implantar o estremecer em todos os meus sentidos… mesmo na cadeira da “sala de espera” não consegui esquivar-me no pretexto conversa… gostava de ficar sentada numa barbearia, dessas… com aquelas cadeiras… inútil será aqui descrevê-las... com aquelas navalhas… inútil será aqui descrevê-las… com aqueles espelhos… inútil será aqui descrevê-los… com aquela luz… inútil será aqui descrevê-la… com aquelas batas brancas… inútil será descrever a forma como incorporam a luz… mas... era impossível... a insurreição contra a chuva que já não caía... era impossível…Quando voltei à rua, reparei num expedito batom aconchegado junto à rude árvore… apenas a árvore e o expedito batom… já sem chuva... de que o batom se poderia estar a proteger…talvez na recolha do mel…

ana maria

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

...sempre detestei hipócritas..." in cromos de portugal"

"Hoje, como ontem não os suporto. Pior, muito pior quando se julgam inocentes e querem fazer dos outros papalvos.
Vem tudo a propósito de uma INVASÃO de propriedade privada, porque é assim que foi, de um apartamento onde habitam mãe e o seu filho de 8 anos.
A GNR a pretexto de «uma informação» errada, INVADIU o apartamento, rebentou a porta de casa com a brutalidade comum a tipos que se julgam os Ninjas cá do sítio.
Depois do arrombamento da porta, encapuzados entram no apartamento deitam a senhora no chão e intimidam-na com a brutalidade de um filme do Schwarzenegger.
Só que nada disto foi irreal.
Foi bem real, com um menor a assistir a TUDO. Desde a brutalidade com que interrogavam a senhora até às ameaças que lhe faziam.
Recorde-se, que o tal esquadrão da GNR procurava um HOMEM.
Então, não teria sido mais sensato perceber que a pessoa em questão era uma senhora?
Perceber??
Pois!!
E quem disse que esta gente é «treinada» para pensar???
Quem disse que esta gente tem neurónios?
Acéfalos!!!
Depois vem um graduado, ou lá o que queiram chamar-lhe, dizer que houve um ENGANO.
ENGANO??? Mas que ENGANO???
Um dia destes qualquer pacato cidadão pode ser acordado com a brutalidade de uma carga policial a entrar-lhe pela porta de casa.
Que engano???
E só depois da comunicação social ter relatado o acontecido é que a GNR decidiu pagar a porta e pôr de plantão um agente à porta do prédio para....o guardar???
Guardar de quem??? De novo engano da GNR???
Já agora que vai fazer o comando, se é que há comando nesta farroupilha de incapazes?
Que diz a tudo isto o putativo Ministro da Administração Interna?
Vai haver inquérito?
Alguém vai ser punido?
Já agora e, como pedia a senhora violentada com a situação, será que vão dar apoio psicológico aos dois cidadãos?
É que um dos cidadãos só tem 8 anos!!!
VERGONHA DE GENTE!!!
Escabrosa, só pode!!
Já agora uma pergunta ingénua: quando prendem um dos intocáveis cá do burgo também usam da mesma brutalidade? Aqueles dos bancos, do ferro-velho, dos desvios ou dos crimes económicos.
Bem me parecia!!!" aqui

...encontros com Hannah e Martin...

EXPOSIÇÃO DE ORIGINAIS DO FILME "DESASSOSSEGO" DE LORENZO DEGL' INNOCENTI

"Viagem aos bastidores do cinema de animação a partir das personagens da primeira curta de animação de volumes de Lorenzo Degl'Innocenti “Desassossego”. O filme de 20 minutos, uma produção da Sardinha em Lata e da IB Cinema, conta-nos a história de Ivan, um frustrado empregado de charcutaria preso à tradição familiar que sonha desesperadamente em abrir uma loja onde possa vender e desenhar os seus próprios móveis. À medida que o tempo passa, Ivan começa a desenhar móveis, mas a clientela frequente da chacutaria não lhe permite levar avante os seus desenhos. O Museu da Marioneta expõe, assim, a caricata história de Ivan permitindo ao público conhecer os bastidores da curta de animação. Cenários, desenhos, marionetas, materiais de película e muitos adereços permitem entender o trabalho que está por trás de uma obra de animação. "

...cão que morre não ladra...

...people are strange when you are stranger...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

...a oposição da madeira tem medo de joão jardim...

Para quem quiser perceber o que está em discussão com a tão famigerada lei das Finanças Regionais aconselha-se a leitura atenta ao que Violante Saramago, Bióloga e ex-deputada do PS e do BE à Assembleia Legislativa da Madeira, diz numa entrevista ao DN

...o múrmurio do servilismo...

José António Marina no seu livro, “ A paixão do poder”, descreve a obediência como protagonista, na necessidade da conveniência e na vida espiritual de toda a história do ocidente.
Quando a mulher ou o homem usa a sua própria razão, recusa a inseminação dos preconceitos, e recusa o hábito de ceder, perante a luz da sua própria razão, a estas ameaçadoras figuras da rebelião e da rebeldia. É-lhes apontado incisivamente o dedo, o dedo em riste, agressivo e prepotente, da denúncia da desobediência, insolência, altivez, conflitualidade e até da demência.
É-lhes desencorajada a dita revolta insolente da razão. Há que eliminar e excluir estas bárbaras e bárbaros, estas loucas e estes loucos, há que eliminar o perigo e o pânico das suas inflexões abusivas na agonizante ordem e nos gravados costumes.
O cenário do político português ou, diria melhor, do politicamente correcto que recusa os incertos, os joviais, os imaturos e os perniciosos vínculos com o intelecto, da reflexão e da razão e, instala a necessidade da obediência universal do remar na sonolência dos pantanais, submissa à voz do chefe.
Vejamos com que despudor, na Assembleia da República, só o simples facto de furar a disciplina de voto, tem de ser autorizada e sujeita à ordem do escrutínio superior.
Vejamos com que despudor, nas assembleias municipais, se mobiliza a comovente união de mãos, a aliança similar à das grandes famílias reais, à ideia de família política, patriarcal ou matriarca, onde se exaltam e aceitam os laços dos serviçais afectos, onde se mobilizam as paixões como pilares da vinculação.
Vejamos com que despudor, artificialmente, se inventa um inútil emaranhado de instrumentos documentais, pré-orçamento municipal, proto-requerimento municipal, sub-deliberação municipal, sob-moção municipal, propositadamente estéreis e truncados de imediato a uma vaidosa hermenêutica “bíblica”, apenas ao alcance de avatares e avaros, com o único intuito de desmobilizar, subordinar e disciplinar. A grandeza e dignidade com que nos impingem e nos atafulham com estas relíquias instrumentais são directamente proporcionais à sua inutilidade.
O estatuto inabalável da obediência!!!
Não está longe a visão contratualista de Hobbes, a transferência voluntária de direitos mútuos, ou a concertação decorrente da transferência de poderes reconhecidos pelo indivíduo, acrescento eu, para os que se auto-institucionalizam na lábia implacável, veloz e viciada, como os mais sábios, os mais capazes e os mais reformadores, mas, ao contrário de Hobbes, a cedência no braço-de-ferro da nossa autonomia não acontece para a manutenção da paz, mas no apetite e compulsão voraz de poder e domínio, dos que, agora à semelhança do Leviatão hobbesiano, não querem depender das leis civis.Leis que eles próprios inventam por manha, para que o seu bem não desperte consciências e, mantenha bem viva, na memória colectiva, a ameaça, sempre perigosa, do monstro marinho.
O estatuto inabalável do servilismo!
O que, sempre servil, se deixa absolver no antídoto do discurso, implicitamente aceite, que excita a heróica e recreativa defesa da pátria, “ó pátria sente-se a voz”!!!A voz que se quer altiva, ameaçadora e prepotente.
Que cale e não consinta.
«Não o poder, não a glória, não o poder: a liberdade, unicamente a liberdade», Fernando Pessoa, livro do Desassossego.
Por: Jorge Noutel  - jornal " O Interior"

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

..meat the truth...


- Uma Verdade Mais que Inconveniente é um documentário apresentado por Marianne Thieme, líder do Partido Pelos Animais holandês, que se assume como uma adenda aos vários filmes existentes sobre o aquecimento global. Tais filmes, apesar de bem-sucedidos no propósito de atrair a atenção do mundo para o fenómeno do aquecimento global, ignoram ostensivamente uma das principais causas desse mesmo fenómeno: a pecuária intensiva. O documentário chama a atenção para essa realidade, demonstrando através de dados científicos que a pecuária é responsável por uma quantidade mais significativa de gases causadores de efeito estufa do que todos os carros, camiões, comboios, navios e aviões do mundo.
A Fundação Nicolaas G. Pierson, produtora do documentário, pretende através dele estimular o debate sobre uma alimentação baseada em produtos de origem vegetal e assim promover hábitos alimentares mais amigos dos animais e do ambiente. É esse também um dos grandes objectivos do Partido Pelos Animais em Portugal, pelo que estamos disponíveis para exibir o documentário por todo o país, em sessões que incluirão também um debate participativo sobre as questões levantadas no mesmo.
Se está interessado em co-organizar uma destas sessões, entre em contacto com o gabinete de comunicação do PPA através do email comunicacao@partidopelosanimais.com
 Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar . Obrigado.

...SALVEM A PONTE DA CORGE...

O deputado Pedro Filipe Soares questionou  o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre a intenção da REFER em demolir a Ponte Ferroviária sobre a ribeira do Corge, e a possibilidade da sua preservação.