terça-feira, 11 de maio de 2010

...recado aberto ao presidente da junta de freguesia do canhoso...

"Apelo à sensibilidade dos dirigentes de REFER para que revejam esta situação e possam criar uma alternativa ao desmantelamento"NOTÍCIAS DA COVILHÃ (6 de Maio 2010)
...veio o Presidente da Junta do Canhoso a terreiro “ajoelhar” dentro do seu espaço vital, a sua própria terra, invocando a sua não clandestinidade como dirigente, apelando à sensível omnipotência dos senhores dirigentes da REFER para a não demolição da Ponte do Corge ...
...O percurso argumentativo afunilou pela não clandestinidade da bandeira e do brasão da freguesia, que também albergam esta fantástica ponte... Muito bem senhor presidente! Vamos lá então iluminar um pouco mais o assunto! Não sei se a sensibilidade dos senhores dirigentes da REFER, ou até mesmo a sua capacidade de entendimento, os levará a considerar a brutalidade desta mutilação na heráldica como um pecado, aliás, agora também com a concordância e o aval tácito, expresso documentalmente, do ministério das obras públicas, tranportes e comunicações no "tocádemolir"...
... Confrontado com o desafio de vir a terreiro manifestar a sua opinião, senhor presidente, faltou-lhe a ousadia de lembrar a importância histórica da construção desta ponte (datada do século XIX) e a todos os níveis, sendo hoje a marca do esforço e empenho, numa época em que a sobrevivência estava sempre ameaçada, da vontade de um povo que quis ascender a outro nível. Faltou-lhe a ousadia de lembrar que as soluções em termos de engenharia, na construção desta ponte, foram as da maior vanguarda para a época, contribuindo para a edificação de uma Covilhã que começou a trilhar riqueza a par da linha de caminho de ferro... a cidade começou a ser levada mais além em termos económicos e sociais... desfigurar a heráldica do Canhoso, depositária e reminiscente de todo este esforço imenso, singular e criativo, é mutilar a sua própria natureza... e estas coisas, senhor presidente, não se deixam apenas numas entrelinhas...
...Um pouco ainda mais de ousadia, senhor presidente, como dirigente eleito faltou-lhe o compromisso com a acção, a conduta fundamental, de que tudo fará para travar esta perversidade... por exemplo, mesmo não tendo habilitações técnicas, e como dirigente eleito, não deverá renunciar ao direito de exigir uma explicação cabal, interrogar os responsáveis, ministério incluído, sobre os estudo desenvolvidos sobre todas as soluções e custos… E estou muito de acordo consigo quando diz que a recuperação da ponte é tarefa impossível... não renuncie à consulta desses estudos detalhados e minuciosos que a REFER e o próprio ministério afirmam ter em seu poder, ainda mais como prova da sua boa fé e vontade...
Só por curiosidade, nunca questionou o silêncio da autarquia em relação a este assunto? É que neste momento e perante o assumir da sua posição pública, este prolongado silêncio representa uma afronta a essa mesma tomada de posição.
Uma coisa se torna cada vez mais clara perante os meus olhos, esta luta não pode apenas ser expressa numa carta aberta, e com isto demonstro o facto mais importante, a REFER, já com luz verde para a demolição, tem de ser também travada com todos os meios ao nosso alcance, ainda mais que a ponte é já um monumento de interesse municipal, e o governo do município, do qual o senhor presidente da junta do Canhoso faz parte, tem agora uma acção importante, barrando esta afronta intolerável.
...Iluminando um pouco mais o assunto...numa multidão de coisas que poderá fazer, não fique tristemente associado a uma mera carta aberta e a uma das mais puras inércias, que não é a sua versão mais original...
... A fatalidade, a acontecer, a única causa identificada será, senhor presidente...falha humana senhor presidente, falha nitidamente humana…num mundo ao avesso...
ana monteiro

2 comentários:

tecelao disse...

Eu não diria melhor.
Excelente.

António disse...

Como aprendi contigo: "É mesmo assim que se enxofra"!