quinta-feira, 16 de abril de 2009

centenas na rua em defesa do emprego

"São sobretudo mulheres e, entre elas, a conversa gira invariavelmente em torno das dificuldades que passam devido aos salários em atraso nas empresas onde trabalham. 'Tenho duas crianças para sustentar e passam-se meses de mãos a abanar', afirmou Anabela Vicente, uma das quase 400 trabalhadoras que ontem protestou na Praça do Município, na Covilhã, contra salários em atraso nas empresas de confecções da Cova da Beira, problema que afecta 800 trabalhadores. 'É muito complicado querer dar de comer aos nossos filhos e não termos', acrescentou Lídia Clemente, outra trabalhadora. Um cenário que agora enfrenta 'todos os dias', porque o marido 'também ainda não recebeu', São ambas trabalhadoras da Vesticon, empresa localizada no Tortosendo que requereu a insolvência. Face ao agravamento dos problemas, a maioria das 204 trabalhadoras da empresa pondera accionar, segunda-feira, a suspensão do contrato de trabalho. 'Muitas vão suspender, mas eu vou aguentar nem que tenha de pedir para ir trabalhar', garante Anabela Vicente, natural e residente em Sobral de São Miguel. 'Se quiserem, despeçam-me', acrescentou.

PLANO DE EMERGÊNCIA PEDIDO AO GOVERNOU
Um sinal de resistência em linha com o apelo lançado por Luís Garra. O presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB) pediu ao Governo que lance um plano de emergência para salvar os postos de trabalho ameaçados no distrito de Castelo Branco. Os manifestantes representam 'cerca de 800 pessoas do sector têxtil no distrito', que já não se lembram de receber salários dentro do prazo, nem de os ter em dia, disse o sindicalista. Nos casos mais graves, há mês e meio de salário em atraso e subsídios de Natal e Férias de 2008, ainda por liquidar. 'Este cenário pode piorar claramente. Se olharmos para além do sector têxtil, e ainda não chegámos ao fim da linha neste sector, há 2.000 postos de trabalho ameaçados, à primeira vista, no distrito de Castelo Branco', alertou. Face a esta situação, 'o Governo deve dirigir para o distrito um plano de emergência para acudir a estas situações', 'O plano não pode ser feito apenas com medidas de apoio social. São necessárias medidas de apoio à actividade económica', porque as já anunciadas não funcionam. Há 2.000 postos de trabalho ameaçados no distrito de Castelo Branco, segundo as estruturas sindicais " francisco cardona - diário XXI

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