quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

“Borbardeemos” o tratado


No dia 13 de Dezembro em ambiente natalício, os governantes dos vinte e sete países europeus, presentearam-nos com aquilo que “diz que é uma espécie de novo tratado.”Este que foi pomposamente rubricado em Lisboa. - “Mais simplificado”: diz SarKozy, resultou de um retoque de 295 emendas ao tratado assinado em Roma em 1957, e de 61 emendas ao de Maastricht de 1992, e umas dezenas de protocolos e declarações anexos, simplificado?
Sarko l´Américain parece querer criar uma ilusão necessária com força emocional de arrastão ideológico tão típico de uma qualquer palerma americanice política. Simplificado diz Sarkozy pensando e acreditando na não necessidade de um voto aberto dos europeus.
Depois de um participado referendo em Maio e Junho de 2005 a França e a Holanda reagiram com um sonoro “Não” ao TCE “Tratado Constitucional Europeu”, e quando o mais esperado seria outro tipo de reflexão, indo de encontro ao que os europeus querem, uma compreensão das objecções a esse tratado e um compromisso com esse esmagador NÃO, eis que a correcção foi “a tiro”, à revelia dos europeus, consumando algo para o qual a Europa acredito não estar pronta para entrar em consenso.
Sabemos que os 27 fogem da soberania do povo como os vampiros dos alhos, e a opção foi pelo calibrar de uma nova forma de atraiçoar a democracia aos povos que trabalham e que lhe é vedado o direito de conduzir a sua própria vida.Quem trabalha?peço desculpa, quem tem o direito a procurar emprego… que o direito ao emprego já não é contemplado neste novo texto “flexisimplexificado”. Corrijo pois, quem tem o “direito de procurar emprego” já não tem o direito de influenciar a democracia? Será que Lippmann tem razão? Somos o “rebanho tolo” que ao tornar-se participante só iria causar sarilhos? Somos um rebanho tolo que de vez em quando participa numa eleição implorando a um destes 27 para ser o nosso líder? Somos um rebanho tolo espectador desta classe especializada em nos ajudar a atravessar a estrada?Ironicamente, ou não, algo não muda e mesmo que assim fosse não era novidade, a sacralização de um Europa neo-liberal e numa “máquina para liberalizar” (Denord) onde quem comanda e domina são “tropas” da Alemanha, França, Itália e Reino Unido, que dispõem hoje de um real poder de veto dentro do Conselho não podendo nenhuma decisão por maioria qualificada ir contra a opinião de três deles.
Não muda neste tratado a ausência de políticas sérias para resolver catástrofes sociais resultantes das corrosivas de hinos e bandeiras internas instaladas como os graves problemas da saúde, dos padrões de educação, do desemprego, do declínio dos salários reais, dos sem-abrigo, do aumento da violência e da criminalidade.
Está já em marcha o movimento queremos um referendo ao tratado de Lisboa assinado por mais de 55 000 pessoas, entre elas dirigentes sindicais, activistas sociais e figuras das diversas correntes da esquerda francesa (PS, PC, Verdes, LCR), congregando ainda outros movimentos como Respeitem o nosso não, Pela República Social e Colectivo 29 de Maio .O texto deste movimento apela para o apego à democracia, apela para uma mobilização e um unir de esforços sem precedentes naquilo que é um assunto da maior importância para cada um de nós e na defesa da soberania popular. Nas palavras de Chomsky “nestas circunstâncias é preciso distrair o rebanho tolo, porque, se começa a saber disto, pode não gostar, pois é ele que vai sofrer”.
“Borbardeemos” o tratado
Também me apetece dizer:“A única solução é bombardear”
Obriguemos os nosso governo a não nos negar a democracia.
BOM ANO! BONS REFERENDOS!

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