quinta-feira, 29 de novembro de 2007

PS e PSD querem esmagar oposição


Na realidade, o bloco central quer esmagar a oposição autárquica na secretaria. Este é o verdadeiro resultado pretendido, não com recurso a uma simples actualização legislativa, mas por uma autêntica subversão do modelo de representação local que fundou o poder local democrático em Portugal.
O acordo entre PS e PSD para a revisão da lei eleitoral autárquica configura um lamentável retrocesso na democracia representativa local.
A Câmara deixa de ser eleita pelo voto directo dos cidadãos. O partido que vence as eleições para a Assembleia Municipal ganha o bónus de obter sempre uma maioria absoluta na Câmara, mesmo que não tenha sido essa a vontade dos eleitores. O presidente da Câmara passa a escolher e mudar de vereadores quando bem entende. A oposição fica politicamente diminuída e passa a ser residual.
A consequência imediata é a bipartidarização do sistema. O bloco central dominará a quase totalidade dos 308 concelhos do país e a representatividade ficará gravemente ferida. A capacidade de fiscalização dos executivos será drasticamente fragilizada. PS e PSD governarão os municípios em roda livre.
O que se argumenta como ganho de eficiência no exercício do poder, fica completamente submerso pela enorme perda de transparência nos processos, diminuição de representatividade e de prática democrática.
Na realidade, o bloco central quer esmagar a oposição autárquica na secretaria. Este é o verdadeiro resultado pretendido, não com recurso a uma simples actualização legislativa, mas por uma autêntica subversão do modelo de representação local que fundou o poder local democrático em Portugal.
Fala-se numa espécie de mudança para um sistema parlamentar, em que o executivo passaria a depender da assembleia. Porém, o facto é que fica a meio caminho do modelo parlamentar, recusando o outro meio caminho que lhe poderia conferir o carácter democrático.
Começa, desde logo, pelas diminutas condições e meios de fiscalização da assembleia sobre executivo, porque ficam iguais aos que actualmente existem. A possibilidade de a Assembleia Municipal poder propor uma moção de censura que leve à queda da Câmara não é credível. A maioria da Assembleia dependerá da maioria absoluta existente na Câmara e os seus poderes são incomensuravelmente inferiores aos de um parlamento.
Em cerca de 90% dos municípios, as assembleias têm uma força política que assegura a maioria absoluta (qualquer moção contra a maioria não passa) e a realidade autárquica não é só feita do momento da eleição e de um eventual e remoto episódio de queda do executivo. O fundamental reside no exercício político quotidiano, na capacidade efectiva de poder e oposição corresponderem às suas funções. No caso da mudança legislativa preconizada pelo PS e PSD, o reforço absoluto do poder diminuirá absolutamente a oposição. Não é difícil adivinhar que os poderes não eleitos acabem por ser os maiores beneficiados. "
Pedro Soares in http://www.esquerda.net/

terça-feira, 27 de novembro de 2007

And the nobel peace prize goes to????


How much of an ass can a guy be???"


"O líder da Juventude Centrista apontou hoje o presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Bernardino Soares, como um dos principais protagonistas dos "distúrbios revolucionários" do "Verão Quente" de 1975, altura em que tinha apenas quatro anos.
No almoço do CDS-PP que assinalou o aniversário da operação militar do 25 de Novembro de 1975, na Amadora, Pedro Moutinho disse ser preciso "apontar com frontalidade" alguns dos principais responsáveis por actos como os "sequestros e incêndios às sedes do CDS-PP logo após a revolução de Abril de 1974 e que continuam hoje no activo".
"Falo do actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que mais tarde se renderia às virtudes do capitalismo. Falo também das bombas das FP 25 de Abril e políticos actuais como Francisco Louçã, Luís Fazenda, Jerónimo de Sousa, Odete Santos e Bernardino Soares", disse.
Segundo os registos da Assembleia da República, o actual líder parlamentar do PCP, Bernardino José Torrão Soares, nasceu no dia 15 de Setembro de 1971, tendo por isso quatro anos quando se deu o 25 de Novembro de 1975.
Já em relação às Forças Populares 25 de Abril - organização citada pelo líder da JC como estando na mesma linha política do Movimento das Forças Armadas -, não consta nenhum registo de que tenham actuado em 1975.
Esta organização conotada com a extrema-esquerda terá sido formalmente fundada em 1980 (no período do primeiro Governo da Aliança Democrática, liderado por Francisco Sá Carneiro), ano em que começou a desenvolver a sua actividade.
PMF."

Lusa/fim

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Quem a beber é cúmplice









Ex-Porta-voz da Casa Branca acusa Bush de o obrigar a mentir


Scott McClellan revelou que Bush o obrigou a mentir em público para ilibar cinco figuras da administração americana no caso da exposição da identidade da agente da CIA Valerie Plame. Num livro agora publicado, McClellan acusa Bush, Cheney e outros, de terem exposto - o que é ilegal - a identidade da referida agente, como retaliação pelo facto do seu marido, depois de uma investigação em África sobre venda de Urânio ao Iraque, ter afirmado que não havia indícios de que que Saddam possuisse armas de destruição massiva.
"O dirigente mais poderoso do Mundo pediu-me que falasse em seu nome e ajudasse a restaurar a credibilidade que tinha perdido pelo fiasco das armas de destruição massiva no Iraque. Por isso, passei duas semanas na sala de imprensa da Casa Branca a ilibar publicamente dois dos assessores mais influentes: Karl Rove e Scooter Libby. Mas havia um problema. Não era verdade. Passei informação falsa sem sabê-lo. Cinco dos mais altos funcionários da Casa Branca estavam implicados: Rove, Libby, o vicepresidente [Cheeney], o chefe de gabinete do presidente [Andrew Card] e o próprio Presidente"Estas são as linhas que estão a ressuscitar este caso nos EUA. Em 2003, Joseph Wilson foi ao Níger investigar uma alegada venda de Urânio a Saddam Hussein. Mas este negócio não se confirmou, e isso mesmo foi publicado por Wilson. A administração Bush não terá gostado, dado que a existência de armas de destruição massiva no Iraque constituam o pretexto perfeito para a guerra. Como retaliação a Wilson, o nome da sua mulher, que era agente-secreta da CIA, foi revelado publicamente, um acto absolutamente ilegal. Perante o rumor de que Libby e Karl Rove estavam envolvidos na revelação da indentidade da ex-agente, Bush pediu a McClellan que interviesse em público em favor dos seus dois companheiros:"São boa gente, são membros importantes da equipa da Casa Branca, e é por isso que falei com eles, para poder vir aqui dizer-vos que não têm nada a ver com este caso", referiu na altura McClellan.Só uma pessoa foi condenada neste caso: Scooter Libby, chefe de gabinete de Cheeney. Foi considerado culpado de perjúrio e obstrução à justiça, com uma pena de dois anos e meio de prisão e uma avultada multa. Poucas semanas depois, Bush indultou-o parcialmente.

in esquerda.net

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

QUEM QUER QUENTES E BOAS NA CAMPOS DE MELO?


O clube agenda 21 escolar da ESCM convidou, no âmbito do atelier "economia solidária", um vendedor de castanhas. Estavam deliciosas!!! esta clube vai trazer todos os meses um "vendedor" de produtos locais e divulgar os mesmos na nossa escola.
Ficámos a conhecer histórias da castanha e deliciosos pratos confeccionados com a mesma!!!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Providência Cautelar


A situação de asfixia financeira devido a dívidas acumuladas e a redução drástica do financiamento das autarquias por parte do governo central levou este executivo camarário a tomar a iniciativa de alienar 49% da empresa Adc ao sector privado.
O Bloco de Esquerda é contra todo o modelo de gestão privada dos bens sociais públicos. É da responsabilidade da gestão pública gerir os bens públicos promover o bem comum enquanto que a gestão privada apenas assenta em lógicas de lucro.
Sempre foi nosso entender que a água mais que um bem público é um direito social que a própria lei da água protege impedindo a sua venda ou privatização.
No entender do Bloco de Esquerda a Câmara Municipal da Covilhã violou a Lei em vigor ao permitir a alienação de uma empresa pública de âmbito municipal a uma empresa privada, não tendo a autarquia da Covilhã poder para a realização de tal acto administrativo.
O Bloco de Esquerda na Covilhã esteve sempre na frente da luta contra este negócio apoiando a Providência Cautelar, apresentada pela cidadã Ana Monteiro, no sentido de impedir que o mesmo se viesse a concretizar.
O Tribunal Administrativo e Fiscal do sul considerou a Providência Cautelar improcedente, com o argumento de não ter reunir os requisitos legais para a sua apresentação. No entender do tribunal Administrativo e Fiscal do sul a ilegalidade do Acto ainda não é manifesta devido ao facto da respectiva alienação ainda não ter sido consumada, não havendo por isso danos ostensivos. Se a respectiva adjudicação tivesse sido consumada estaríamos perante um facto do domínio jurídico. O Tribunal Administrativo e Fiscal do Sul entendeu que ainda não está demonstrada a transferência da gestão da água para uma entidade de direito privado, não se podendo considerar evidente a pretensa ilegalidade invocada pelo Bloco de Esquerda. A abertura de um concurso é apenas uma intenção e a própria Câmara pode não proceder à adjudicação, o que transparece no acórdão emitido pelo respectivo tribunal.
O Bloco de Esquerda respeita a decisão mas naquilo que entendemos ser o interesse público e o interesse dos cidadãos da Covilhã, na defesa da gestão pública, equilibrada e inteligente deste frágil recurso que é a água, o Bloco de Esquerda vai recorrer para o Supremo tribunal Administrativo, reafirmando o desrespeito pela lei da água.
Sempre que cheire a ilegalidade ou “marosca”, o Bloco de Esquerda vai estar sempre atento e jamais irá trair as expectativas dos covilhanenses, em relação a este negócio o Bloco de Esquerda vai entrar com a acção principal e assim que a adjudicação se realize haverá lugar a novas formas de luta, equacionando a apresentação de nova providência cautelar.
Reafirmamos que a água, mais que um bem público, é um direito social, que deve ser cuidado como direito democraticamente partilhado e não alvo de contingências estreitas de comércio.
Esta medida deste executivo camarário apenas virá mais uma vez agravar e fazer irromper as dificuldades de sobrevivências dos mais carenciados na Covilhã, para quem a venda das águas se traduzirá em mais uma grande derrota.
VENDER A ÁGUA É ESVAZIAR A DEMOCRACIA, E A DEMOCRACIA NÃO PODE ESTAR À VENDA NA COVILHÃ.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Sócrates traiu o inteiror


O debate sobre o Orçamento de Estado tem, muitas vezes, sido transviado para polémicas estéreis. Ao BE importa colocar a debate sobre como distribuir a todos o que é de todos.
No centro do debate político o BE coloca: o que fazer ao IVA? Aparentemente a sua redução implicaria um benefício popular com a redução dos preços e uma melhoria de competitividade, na raia, face ao IVA espanhol. Estamos em crer que não, pela simples razão que os preços não cairiam e os intermediários ficariam na posse da diferença; o consumidor pagaria o mesmo.
Assim a nossa prioridade vai para a devolução das receitas do IVA para a população mais carenciada – que no interior do país é predominante.
Devolução de 1% do IVA para os que mais precisam, sendo usados 0,7% do IVA para corrigir as injustiças na segurança social e 0,3% para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os 490 milhões de euros, equivalentes a 0,7% do IVA, permitiriam garantir a reforma aos 40 anos de trabalho, beneficiando quem começou a trabalhar em criança (e que o governo quer obrigar a trabalhar até aos 65 anos), e permitiriam ainda alargar o complemento de solidariedade ao nível do salário mínimo para meio milhão de idosos.
Problema importantíssimo no interior é a saúde. O BE propõe que 210 milhões de euros, equivalentes a 0,3% do IVA, para o SNS permitiriam um programa nacional de rastreio oncológico para quatro patologias (cancro colo-rectal, da próstata, da mama e do colo do útero) e o fim da taxa sobre cirurgias e internamentos.
O BE propõe ainda a devolução de 0,5% do IVA, em 2009, para garantia da segurança social, criando um novo factor de sustentabilidade e evitando a redução das pensões e o aumento da idade da reforma.
A resposta à questão da interioridade é um desafio que deve envolver toda a sociedade, e todos devem assumir responsabilidades e respostas, num diálogo necessariamente aberto. Mas o BE propõe, desde já, às comunidades do nosso distrito uma reflexão sobre propostas de atracção e apoio aos jovens do interior:
Que os jovens, até aos 30 anos, do interior tenham uma redução de 10% sobre o valor dos seus descontos, em numerário, à segurança social. Os jovens que se desloquem para o interior terão, no primeiro ano, uma redução de 15%.
Na mesma linha, que os jovens estudantes do interior tenham direito a uma majoração positiva de 10 e 15% nos seus subsídios de acção social escolar.
E que os jovens que se candidatam ao subsídio de arrendamento de casa tenham também uma majoração positiva desse subsídio.
Assim poderemos considerar que o factor interioridade é observado. Infelizmente o que temos presenciado é um autêntico interiocídio e afirmamos que Sócrates traiu o interior.

Bloco apresenta propostas de alteração ao OE'2008

as modas da tolerância


“A tolerância tem modas?”, “Como é que a moda se tornou tolerante?”, “Qual é o significado de Tolerância? Tem esta palavra conotação positiva ou negativa?”, “Os sinais exteriores no indivíduo, resultantes da sua cultura ou da pertença a subgrupos sociais, são hoje em dia tolerados por todos nós?”, “O que fez a moda para respeitar o ambiente e o Homem?”.Estas foram algumas das questões que se colocaram ao longo do debate “As Modas da Tolerância”, decorrido no Café Covilhã Jardim pelas 22 horas do dia 16 de Novembro.Espírito Santo, docente na Escola Secundária Campos Melo (ESCM), e Rui Miguel, docente do Departamento de Ciências e Tecnologias Têxteis, da Universidade da Beira Interior, foram os intervenientes no debate organizado pelo clube Agenda 21 da ESCM e pela turma 91 J.No que tocou à Sociologia, Espírito Santo focou essencialmente a mudança do que é dado como tolerável ao longo do século XX, assim como as constantes “modas” que existiram na maneira de pensar, de agir e de se expressar artística e estilisticamente. Já Rui Miguel deu a conhecer a evolução da concepção do belo na produção do vestuário, a sua relação com a temática em discussão e o modo como a produção têxtil pode intervir na indulgência para com a ecosfera (elaboração de peças com tecidos biodegradáveis, com menos poluição, por exemplo).
Apelidado de conversa de café, este debate não deixou de o ser, dada a troca de opiniões sobre a tolerância a nível religioso, cultural e político. São exemplos a não permissão de lenços islâmicos nas aulas, em França, o desenvolvimento regional marcado pela mistura de culturas e a música como forma de expressão destas, que se modificou durante a história, em que os alvos da intolerância foram sendo substituídos. Espírito Santo, a partir da audição de temas musicais, comparou letras contrastantes, do mesmo autor sobre o mesmo assunto, separadas por cerca de 15 anos, concluindo-se como a tolerância pode ter “modas”.A Campos Melo interveio assim na comunidade, não só escolar, mas principalmente exterior, através de uma iniciativa onde se puderam trocar ideias acerca de um assunto que na actualidade ganha importância, nos espaço/tempo pós-lectivos, visando não só a comemoração do Dia da Tolerância, como também a subjectividade relativa à definição desta palavra.
João Rodrigues aluno do 12º ano da ESCM

domingo, 18 de novembro de 2007

vida de Burka

"Depois de apresentar um recurso à pena aplicada aos seus violadores, uma mulher saudita viu ontem a sua própria sentença agravada: inicialmente condenada a 90 chicotadas ao abrigo das leis de segregação que proíbem homens e mulheres não familiares de estarem juntos em público, a xiita de 19 anos, violada 14 vezes por um grupo de sete homens, viu o número de chicotadas crescer para 200 e foi condenada a seis meses de prisão."

Nobel da Literatura para Doris Lessing


"A britânica Doris Lessing, com 87 anos, é a contemplada com o Nobel da Literatura deste ano. Doris Lessing, descrita pela academia como "um exemplar de experiência feminina que, com cepticismo, fogo e poder visionário, sujeitou uma civilização ao escrutínio", tem uma obra vasta e diversificada.
Lessing começou por dedicar-se, na sua ficção, aos temas do comunismo, com "A boa terrorista" ou "Filhos da violência", por exemplo, para se dedicar depois a uma surpreendente ficção científica, ou espacial, com exemplares como "Formação do Representante do Planeta 8". A sua obra está publicada em Portugal em várias editoras, sendo uma das mais populares escritoras, em paralelo com nomes como Marguerite Yourcenar.Trata-se de uma das “decisões mais pensadas que já tomamos”, disse o director da Academia, Horace Engdahl, depois de dar a conhecer o veredicto. A autora esteve entre as favoritas ao Nobel durante décadas, ainda que nos últimos tempos fosse menos referida, precisamente pelo largo número de anos que passaram.A sua antecessora foi a austríaca Elfriede Jelinek, em 2004, e a primeira mulher a receber este prémio foi sueca Selma Laggerlöf, em 1909.Doris Lessing nasceu a 22 de Outubro de 1919 em Kermanshah, actual Irão. Filha de pais britânicos, um antigo oficial do exército e uma enfermeira, foi criada no Zimbabwe, pelo que plasmou na sua obra muita da sua experiência autobiográfica em África. As referências ao continente são especialmente visíveis na sua obra “A erva canta” (1950). Depois de sair da escola em Inglaterra, aos 14 anos, trabalhou como babysitter, telefonista e, entre outras coisas, jornalista. No entanto, foi com “O caderno dourado” (1962) que ficou conhecida internacionalmente, fama essa que consolidou, mais tarde, com vários livros relacionados com a temática africana, como “Histórias africanas” (1964).O compromisso político da galardoada levou-a a tecer críticas abertas aos governos racistas da Zâmbia e da África do Sul, pelo que ficou impedida de entrar nos mesmos. Foi, também, militante do Partido Comunista Britânico, entre 1952 e 1956, e participou em campanhas contra as armas nucleares. A sua última obra foi publicada este ano e chama-se “The cleft”.
PUBLICO.PT

Queremos ser professores de verdade!


"Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa
Ílhavo, 22 de Outubro de 2007
Senhor Presidente da República Portuguesa

Excelência:
Disse V. Excia, no discurso do passado dia 5 de Outubro, que os professores precisavam de ser dignificados e eu ouso acrescentar: "Talvez V. Excia não saiba bem quanto!"
1. Sou professor há mais de trinta e seis anos e no ano passado tive o primeiro contacto com a maior mentira e o maior engano (não lhe chamo fraude porque talvez lhe falte a "má-fé") do ensino em Portugal que dá pelo nome de Cursos de Educação e Formação (CEF).A mentira começa logo no facto de dois anos nestes cursos darem equivalência ao 9º ano, isto é, aldrabando a Matemática, dois é igual a três!Um aluno pode faltar dez, vinte, trinta vezes a uma ou a várias disciplinas (mesmo estando na escola) mas, com aulas de remediação, de recuperação ou de compensação (chamem-lhe o que quiserem mas serão sempre sucedâneos de aulas e nunca aulas verdadeiras como as outras) fica sem faltas. Pode ter cinco, dez ou quinze faltas disciplinares, pode inclusive ter sido suspenso que no fim do ano fica sem faltas, fica puro e imaculado como se nascesse nesse momento.Qual é a mensagem que o aluno retira deste procedimento? Que pode fazer tudo o que lhe apetecer que no final da ano desce sobre ele uma luz divina que o purifica ao contrário do que na vida acontece. Como se vê claramente não pode haver melhor incentivo à irresponsabilidade do que este.
2. Actualmente sinto vergonha de ser professor porque muitos alunos podem este ano encontrar-me na rua e dizerem: "Lá vai o palerma que se fartou de me dizer para me portar bem, que me dizia que podia reprovar por faltas e, afinal, não me aconteceu nada disso. Grande estúpido!"
3. É muito fácil falar de alunos problemáticos a partir dos gabinetes mas a distância que vai deles até às salas de aula é abissal. E é-o porque quando os responsáveis aparecem numa escola levam atrás de si (ou à sua frente, tanto faz) um magote de televisões e de jornais que se atropelam uns aos outros. Deviam era aparecer nas escolas sem avisar, sem jornalistas, trazer o seu carro particular e não terem lugar para estacionar como acontece na minha escola.Quando aparecem fazem-no com crianças escolhidas e pagas por uma empresa de casting para ficarem bonitos (as crianças e os governantes) na televisão.Os nossos alunos não são recrutados dessa maneira, não são louros, não têm caracóis no cabelo nem vestem roupa de marca.Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado.Os nossos alunos estão em estado bruto, estão tal e qual a Natureza os fez, cresceram como silvas que nunca viram uma tesoura de poda. Apesar de terem 15/16 anos parece que nunca conviveram com gente civilizada.Não fazem distinção entre o recreio e o interior da sala de aula onde entram de boné na cabeça, headphones nos ouvidos continuando as conversas que traziam do recreio.Os nossos alunos entram na sala, sentam-se na cadeira, abrem as pernas, deixam-se escorregar pela cadeira abaixo e não trazem nem esferográfica nem uma folha de papel onde possam escrever seja o que for.Quando lhes digo para se sentarem direitos, para se desencostarem da parede, para não se virarem para trás olham-me de soslaio como que a dizer Olha-me este!" e passados alguns segundos estão com as mesmas atitudes.
4. Eu não quero alunos perfeitos. Eu quero apenas alunos normais!!! Alunos que ao serem repreendidos não contradigam o que eu disse e que ao serem novamente chamados à razão não voltem a responder querendo ter a última palavra desafiando a minha autoridade, não me respeitando nem como pessoa mais velha nem como professor. Se nunca tive de aturar faltas de educação aos meus filhos por que é que hei-de aturar faltas de educação aos filhos dos outros? O Estado paga-me para ensinar os alunos, para os educar e ajudar a crescer; não me paga para os aturar! Quem vai conseguir dar aulas a alunos destes até aos 65 anos de idade?Actualmente só vai para professor quem não está no seu juízo perfeito mas se o estiver, em cinco anos (ou cinco meses bastarão?...) os alunos se encarregarão de lhe arruinar completamente a sanidade mental.Eu quero alunos que não falem todos ao mesmo tempo sobre coisas que não têm nada a ver com as aulas e quando peço a um que se cale ele não me responda: "Por que é que me mandou calar a mim? Não vê os outros também a falar?"Eu quero alunos que não façam comentários despropositados de modo a que os outros se riam e respondam ao que eles disseram ateando o rastilho da balbúrdia em que ninguém se entende.Eu quero alunos que não me obriguem a repetir em todas as aulas «Entram, sentam-se e calam-se!»Eu quero alunos que não usem artes de ventríloquo para assobiar, cantar, grunhir, mugir, roncar e emitir outros sons. É claro que se eu não quisesse dar mais aula bastaria perguntar quem tinha sido e não sairia mais dali pois ninguém assumiria a responsabilidade.Eu quero alunos que não desconheçam a existência de expressões como obrigado", "por favor" e "desculpe" e que as usem sempre que o seu emprego se justifique.Eu quero alunos que ao serem chamados a participar na aula não me olhem com enfado dizendo interiormente "Mas o que é que este quer agora?" e demorem uma eternidade a disponibilizar-se para a tarefa como se me estivessem a fazer um grande favor. Que fique bem claro que os alunos não me fazem favor nenhum em estarem na aula e a portarem-se bem.Eu quero alunos que não estejam constantemente a receber e a enviar mensagens por telemóvel e a recusarem-se a entregar-mo quando lho peço para terminar esse contacto com o exterior pois esse aluno "não está na sala", está com a cabeça em outros mundos.Eu sou um trabalhador como outro qualquer e como tal exijo condições de trabalho! Ora, como é que eu posso construir uma frase coerente, como é que eu posso escolher as palavras certas para ser claro e convincente se vejo um aluno a balouçar-se na cadeira, outro virado para trás a rir-se, outro a mexer no telemóvel e outro com a cabeça pousada na mesa a querer dormir?Quando as aulas são apoiadas por fichas de trabalho gostaria que os alunos, ao sair da sala, não as amarrotassem e deitassem no cesto do lixo mesmo à minha frente ou não as deixassem "esquecidas" em cima da mesa.Nos últimos cinco minutos de uma aula disse aos alunos que se aproximassem da secretária pois iria fazer uma experiência ilustrando o que tinha sido explicado e eles puseram os bonés na cabeça, as mochilas às costas e encaminharam-se todos em grande conversa para a porta da sala à espera que tocasse. Disse-lhes: "Meus meninos, a aula ainda não acabou! Cheguem-se aqui para verem a experiência!" mas nenhum deles se moveu um milímetro!!!Como é possível, com alunos destes, criar a empatia necessária para uma aula bem sucedida?É por estas e por outras que eu NÃO ADMITO A NINGUÉM, RIGOROSAMENTE A NINGUÉM, que ouse pensar, insinuar ou dizer que se os meus alunos não aprendem a culpa é minha!!!
5. No ano passado tive uma turma do 10º ano dum curso profissional em que um aluno, para resolver um problema no quadro, tinha de multiplicar 0,5 por 2 e este virou-se para os colegas a perguntar quem tinha uma máquina de calcular!!! No mesmo dia e na mesma turma outro aluno também pediu uma máquina de calcular para dividir 25,6 por 1.Estes alunos podem não saber efectuar estas operações sem máquina e talvez tenham esse direito. O que não se pode é dizer que são alunos de uma turma do 10º ano!!!Com este tipo de qualificação dada aos alunos não me admira que, daqui a dois ou três anos, estejamos à frente de todos os países europeus e do resto do mundo. Talvez estejamos só que os alunos continuarão a ser brutos, burros, ignorantes e desqualificados mas com um diploma!!!
6. São estes os alunos que, ao regressarem à escola, tanto orgulho dão ao Governo. Só que ninguém diz que os Cursos de Educação e Formação são enormes ecopontos (não sejamos hipócritas nem tenhamos medo das palavras) onde desaguam os alunos das mais diversas proveniências e com histórias de vida escolar e familiar de arrepiar desde várias repetências e inúmeras faltas disciplinares até famílias irresponsáveis.Para os que têm traumas, doenças, carências, limitações e dificuldades várias há médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, em quantidade suficiente, para os ajudar e complementar o trabalho dos professores?Há alunos que têm o sublime descaramento de dizer que não andam na escola para estudar mas para "tirar o 9º ano".Outros há que, simplesmente, não sabem o que andam a fazer na escola…E, por último, existem os que se passeiam na escola só para boicotar as aulas e para infernizar a vida aos professores. Quem é que consegue ensinar seja o que for a alunos destes? E por que é que eu tenho de os aturar numa sala de aula durante períodos de noventa e de quarenta e cinco minutos por semana durante um ano lectivo? A troco de quê? Da gratidão da sociedade e do reconhecimento e do apreço do Ministério não é, de certeza absoluta!
7. Eu desafio seja quem for do Ministério da Educação (ou de outra área da sociedade) a enfrentar ( o verbo é mesmo esse, "enfrentar", já que de uma luta se trata…), durante uma semana apenas, uma turma destas sozinho, sem jornalistas nem guarda-costas, e cumprir um horário de professor tentando ensinar um assunto qualquer de uma unidade didáctica do programa escolar.Eu quero saber se ao fim dessa semana esse ilustre voluntário ainda estará com vontade de continuar. E não me digam que isto é demagogia porque demagogia é falar das coisas sem as conhecer e a realidade escolar está numa sala de aula com alunos de carne, osso e odores e não num gabinete onde esses alunos são números num mapa de estatística e eu sei perfeitamente que o que o Governo quer são números para esse mapa, quer os alunos saibamEstar sentados numa cadeira ou não (saber ler e explicar o que leram seria pedir demasiado pois esse conhecimento justificaria equivalência, não ao 9º ano, as a um bacharelato…).É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender "dói"! É preciso dizer aos alunos que não basta andar na escola de telemóvel na mão para memorizar conhecimentos, aprender técnicas e adoptar posturas e comportamentos socialmente correctos.Se V.Excia achar que eu sou pessimista e que estou a perder a sensibilidade por estar em contacto diário com este tipo de jovens pergunte a opinião de outros professores, indague junto das escolas, mande alguém saber. Mas tenha cuidado porque estes cursos são uma mentira…Permita-me discordar de V. Excia mas dizer que os professores têm de ser dignificados é pouco, muito pouco mesmo…

Atenciosamente

Domingos Freire Cardoso

Professor de Ciências Físico-Químicas"

Bloco apresenta propostas de alteração ao OE'2008


O Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República as suas propostas de alteração ao Orçamento de Estado, incidindo primordialmente em quatro matérias: Protecção dos contribuintes e transparência fiscal; Política Ambiental; Política de emprego e direitos sociais; e Política de Saúde. Aqui ficam as 50 principais propostas.
Norma anti-demagogia sobre a inflação não prevista : Repõe o valor salarial perdido pelos erros de cálculo da inflação em 2007 e 2008 e cria condições de credibilidade para a previsão anual da inflação.
Emprego e direitos sociais : Aumento do IVA Social em 1% para garantir a extensão do Complemento Solidariedade para Idosos para 375 euros, mediante uma nova condição de recursos (capitação do agregado familiar inferior a 375 euros).
· Reforço das verbas para o RSI, compensado o aumento do numero de beneficiários que não é abrangido pela proposta do Governo.
· Juro bonificado em 1%, na compra de habitação própria, para os desempregados com sobreendividamento.
. Proibição da contratação de trabalho temporário nas administrações públicas.
· Criação de um programa de contrato de formação/emprego, garantindo para os empregados de longa duração uma formação profissional associada a contratos de trabalho de, pelo menos, três anos.
· Garantia do acesso à licença e subsidio de maternidade ás professoras contratadas.
· Licença de maternidade a 100% durante cinco meses.
· Extensão da dedução fiscal, por dependentes, dos 3 para os 10 anos.
· Fim das penalizações à licença em caso de gravidez de risco.
· Garantia de utilização de 2% a 4% da parte do desconto dos trabalhadores para a segurança social no fundo de capitalização público.
· Reforço das verbas para a Comissão de Igualdade de Género.
Estradas de Portugal e REN
· Revogação dos DL que transformam a Estradas de Portugal, EPE em Estradas de Portugal, SA.
· Cancelar a privatização da REN prevista para 2008.
Política fiscal
· Alteração das regras fiscais para as provisões dos bancos, garantindo um mínimo de 20% de IRC.
· “Son of the boss”: Contra a fraude fiscal, proposta de não considerar como custo fiscal as menos valias de vendas de partes sociais a empresas com relações privilegiadas.
. Aplicação do englobamento.
· Obrigatoriedade de declaração exaustiva de todos os rendimentos. · Obrigatoriedade de documentação de todas as ajudas de custo.
· Retomar a tribulação de mais valias bolsistas, como estava previsto no Governo Guterres.
· Registo obrigatório de todos os movimentos de capitais internacionais acima de 10 mil euros.
· Pagamento de um mínimo de 25% de imposto para todas as operações em zonas francas.
· Definição de residente para efeitos de combate à evasão com registo nas zonas francas.
· Taxa autónoma para não residentes com estabelecimentos estável em Portugal. · Revogação da penhora sobre créditos futuros.
Condições fiscais para cidadãos com deficiência
· Recupera os direitos dos cidadãos deficientes.
Defesa do ambiente e habitação
· Ao nível do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS):
· Nas deduções à colecta dos encargos à habitação beneficiar os imóveis classificados na categoria A em certificado energético válido.
· Ao nível do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA):
· Nos bens com IVA a 5%.
· excluir os produtos alimentares que possam provir de culturas geneticamente modificadas (OGM) e incluir os produtos alimentares indicados para dieta vegetariana.
· incluir apenas os fitofármacos e fertilizantes destinados à agricultura biológica, produção e protecção integrada,
·produtos reciclados, nomeadamente os passíveis de serem utilizados na construção/reabilitação de imóveis e pavimentos.
· Nos bens com IVA a 12%:
· excluir os equipamentos destinados à pesquisa de petróleo e gás natural, bem como à produção de energia a partir da incineração e co-incineração;
· incluir os equipamentos destinados a uma utilização mais eficiente da água e à sua reutilização, bem como à reciclagem mecânica e biológica de resíduos.
· Ao nível do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP):
· Retirar a isenção incidente sobre os produtos petrolíferos e energéticos consumidos nas instalações sujeitas ao Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão.
· Excluir os voos domésticos, excepto os de ligação às e entre Regiões Autónomas, da isenção ao ISP, por existirem alternativas viáveis, eficientes e menos poluentes para estas ligações, como seja a ferrovia.
· Retirar a isenção do ISP incidente sobre os combustíveis fósseis utilizados pela indústria eléctrica, responsável por elevadas emissões de gases de efeito de estufa, incentivando-se a reversão do actual modelo de produção de energia para fontes renováveis e não poluentes.
· Retirar a isenção do ISP incidente sobre os produtos petrolíferos e energéticos obtidos a partir de óleos usados ou de resíduos que sejam usados como combustível nos processos de incineração e co-incineração.
· Ao nível do Imposto sobre Veículos (ISV):
· Redução de 70% do montante do imposto os veículos que se destinem a serviços de «car-sharing» disponibilizados pelas autarquias, como forma de melhorar a mobilidade urbana.
· Ao nível do Imposto Municipal de Imóveis (IMI):
· Retirar a isenção do IMI sobre os edifícios do aparelho central do Estado.
· Isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis em relação a prédios urbanos objecto de acções de reabilitação por um período de dez anos.
· Introduzir taxas progressivas sobre os prédios urbanos que se encontram devolutos, na razão directa do período de tempo que dura a sua desocupação, combatendo a retenção especulativa de imóveis.
· Aumentar as taxas incidentes sobre os prédios que sejam propriedade de entidades sujeitas a um regime fiscal claramente mais favorável, como sejam os off-shores.
· Introduzir a possibilidade dos municípios majorarem até 50% a taxa aplicável aos prédios urbanos afectos a comércio ou serviços quando estes não cumpram os requisitos de acessibilidade aos cidadãos com deficiência.
· Outras medidas sobre habitação:
· Proibição da transferência de bairros para entidades privadas.
· Ao nível do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).
· Retirar a isenção do IMI sobre os grandes empreendimentos turísticos.
·Introduzir um regime de apoio à habitação protegida para arrendamento, concedendo benefícios fiscais aos proprietários que acordem em manter, por um período de 10 ou 25 anos, rendas abaixo dos valores especulativos praticados no mercado, incentivando o recurso ao arrendamento.
Saúde
· comparticipação dos medicamentos nicotínicos, sujeitos a prescrição médica, por 69%.
· Programa nacional de rastreio oncológico, definindo o rastreio voluntário dirigido a populações de risco, para permitir diagnóstico precoce 4 prioridades: cancro colo-rectal, da mama, da próstata e do colo do útero.
· Anulação das taxas de acesso às cirurgias e internamentos.
·PIDDAC: Modernização e criação da rede de centros de saúde de acordo com as necessidades sociais.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

You`re a donkey Mister Danger

porque não te calas?


O "porque não te calas?" irritado, dirigido a Hugo Chavez por essa excrescência histórica que se autodesigna rei de Espanha, tem as suas raízes profundas muito longe das apreciações chavistas sobre o senhor Aznar. Chavez irrita os líderes capitalistas porque representa para eles um mundo ao contrário. Tal como eles, o venezuelano foi eleito democraticamente, tal como eles pretende democraticamente monopolizar a comunicação social, tal como eles quer democraticamente controlar a orientação ideológica do sistema de ensino e até, pasme-se, tal como eles Chavez utiliza a religião como ópio para o povo.
E não se cala. Bush é o devil e o
drunk donkey, os bispos e cardeais seriam chicoteados por Cristo, Jesus foi o primeiro socialista: ele dividiu o pão e o vinho, Judas foi o primeiro capitalista, vendeu Jesus por trinta moedas. Não se cala e é por isso que irrita profundamente sua majestade castelhana, e todos os líderes verdadeiramente democráticos do ocidente que, por acção ou omissão, foram absolutamente coniventes com o golpe de estado que em 2002 alijou temporariamente Chavez do poder. E seria bom que esse golpe servisse de reflexão para os que, deste lado da esquerda, acreditam piamente nas instituições democráticas, cuja existência os capitalistas permitem desde que, pois claro, sejam eles a ganhar.
Sem presunção de vidente, creio que a Venezuela e a revolução bolivariana serão, salvas as devidas proporções, a União Soviética do século XXI, querendo com isto conjecturar que será pelos sucessos e insucessos, pelos avanços e recuos da revolução venezuelana - e suas réplicas no América Latina - que todos quantos lutam por alternativas ao capitalismo serão questionados nos tempos mais próximos.
É por isso que, mais importante que discutir se Chavez se cala ou não, o apoio internacionalista ao povo da Venezuela é fundamental para que, aqui sim, não se cale a voz das massas, e a revolução não se transforme em mais um desastre em nome do socialismo, que alimente a hegemonia capitalista mundial para mais uma geração."
João Delgado em esquerda.net

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

As modas da tolerância


a exposição do miguel



Abertura 15 Novembro 18hLocal Casa de Artes e Cultura do Tejo
Patente ao público até dia 7 de Dezembro Organização: CMCD/CMVVR
BIOGRAFIA DO ARTISTA:Jorge Miguel Alves de Almeida, nascido em Pontarlier na região de Franche-Comté – França, em 22 de Novembro de 1974, filho de emigrantes portugueses oriundos da Covilhã.Frequentou o ensino francês com opção artes-plásticas e história da arte até ao décimo segundo ano. Foi admitido na escola Superior de Belas Artes de Besançon. Vive em Portugal, na Covilhã, desde o ano de 1999. Gosto particular pelo óleo, tendo também feito experiências com vários materiais como escultura em madeira e barro, cerâmica.Exposições:

“Nocturne” – Sala da Nora – Castelo Branco em Abril de 2006

“Nocturne ' ” – Casa do Arco do Bispo – Castelo Branco em Maio de 2006

“Rubik's Cube”- Espaço Arte e Cultura – Covilhã Outubro 2006, artista convidado para a comemoração do aniversario da Cidade.

Participação como convidado na “ Iª Feira de Artes da Covilhã” – Dezembro 2006

Participação como convidado na “Feira de Artes do Interior” – Almeida em Maio 2007

Exposição conjunta com Sebastião Pimenta “Telha Mourisca” Espaço Covilhã Jardim, Agosto 2007.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

João Semedo na Covilhã



"Deputado do Bloco de Esquerda visitou Hospital Pêro da CovilhãOs bloquistas vão apresentar na Assembleia da República uma nova Lei de Base da Saúde e um novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde. João Semedo diz que o processo de criação de centros hospitalares para a região foi tempo perdido para as instituiç

João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda (BE) na Assembleia da República, entende que o Governo “criou uma grande embrulhada nesta região” em torno da criação de centros hospitalares. “Primeiro, com o Centro Hospital da Beira Interior e depois com o Centro Hospital da Beira Baixa, que nunca irão acontecer, penso, disse o deputado, no último sábado, na Covilhã, no final de uma reunião com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB).O processo “foi prejudicial aos desenvolvimentos das instituições de saúde envolvidas, na exacta medida em que paralisou perspectivas da sua evolução, porque centrou a actividade dessas instituições numa determinada discussão”, analisa o deputado, que também é médico. O bloquista defende que o Governo “deveria seguir no caminho do respeito por um conceito de proximidade das unidades de saúde com as respectivas populações”, uma vez que “não fará sentido prejudicar essa proximidade com a criação artificial de centros hospitalares”. No que toca à criação de Unidades Locais de Saúde – tal como está a acontecer na Guarda e deverá também entrar em curso no distrito de Castelo Branco, tal como anunciado pela governadora civil, Alzira Serrasqueiro – o BE tem “uma posição favorável”. No entanto, João Semedo adverte: “Nesse modelo, os hospitais têm predominância sobre os centros de saúde, mas a aposta deveria recair prioritariamente nos cuidados primários e não nos hospitalares”.O presidente do Conselho do CHCB, João Casteleiro, diz não possuir quaisquer dados sobre esta matéria. “A informação que tenho é a que li no Diário XXI. Nunca tive qualquer reunião nesse sentido”, disse João Casteleiro.

BE PREPARA LEGISLAÇÃOA visita do deputado deveu-se à preparação de legislação pelo BE sobre saúde. O grupo parlamentar vai apresentar durante esta sessão legislativa “dois projectos-lei que são sobre questões estruturais da política de saúde”: uma nova Lei de Base da Saúde e um novo estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), esclareceu João Semedo.O BE considera que, ao longo dos últimos anos, “sucessivos governos têm mutilado cirurgicamente ambos os documentos” e que “é necessário clarificar, de uma vez por todas, em que sentido as forças políticas pretendem que evolua a política de saúde no País”.Em concreto, o BE entende que “uma política muito determinada por critérios de natureza financeira, que visam apenas reduzir a despesa a qualquer custo, pode condenar as instituições de saúde a trabalhar abaixo da qualidade mínima necessária aos serviços do SNS”.

Daniel Sousa e Silva "diário XXI"

"Por que não te calas?"


"Cimeira Ibero-americana não se resumiu ao grito de do rei Juan Carlos da Espanha ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mas o episódio foi bem representativo do clima de confronto ideológico que acabou por ofuscar os acordos alcançados na reunião do Chile.
O grito de "Por que não te calas", do rei Juan Carlos da Espanha ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em plena sessão de encerramento da XVII Cimeira Ibero-americana, resume o clima de confronto ideológico que ofuscou os acordos alcançados na reunião do Chile. Minutos depois dessa espetada, enquanto o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, falava contra as multinacionais espanholas, o monarca retirou-se da sala, para regressar quando o secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, explicava os acordos obtidos nessa reunião anual de chefes de Estado e de governo de 19 países latino-americanos, mais Espanha, Portugal e Andorra.
A Declaração de Santiago, cujos 24 pontos apresentam directrizes e programas para alcançar a chamada "coesão social", lema da cimeira, passou a segundo plano devido ao forte debate sobre modelos de desenvolvimento promovidos pelos países da região, protagonizado por Chávez, Ortega, o presidente da Bolívia, Evo Morales, e o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero.
Ter chamado de "fascista" ao direitista ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar (1996-2004) nas sessões plenárias de sexta-feira e do sábado valeram a Chávez a queixa do socialista Zapatero, que pediu "respeito" pelo ex-governante e solicitou a criação de "um código de conduta" para as próximas cúpulas. Segundo Chávez, Aznar apoiou o efémero golpe que sofreu em 2002 e agora desenvolve pelo mundo uma campanha contra o presidente venezuelano. A proposta de Morales de "abandonar o modelo neoliberal" e de devolver ao Estado a provisão de serviços básicos, fez Zapatero defender a "eficiência" do sector privado nessa área, embora com regulamentação estatal e pagamento de tributos.
Ortega somou-se ao debate, criticando o "império do capital globalizado" e dizendo que "Nós (a Nicarágua) queremos mobilizar recursos e facilitar a coesão social, mas encontramo-nos com um país totalmente privatizado", disse o presidente nicaraguense no seu discurso, em que também propôs criar um fórum que exclua os Estados Unidos e que substitua a Organização dos Estados Americanos (OEA). Por sua vez, Chávez, em todas as suas intervenções, falou dos "factores geopolíticos" ou "externos" que atentam contra as reformas impulsionadas por países como a Venezuela e a Bolívia. E reiterou que os Estados Unidos procuram desestabilizar governos reformistas financiando grupos oligárquicos nacionais contrários às mudanças. ‘Pode explorar este continente se as classes oligárquicas pretendem opor-se pela violência e métodos ilegítimos às mudanças necessárias", afirmou.
Cimeira dos Povos
Esse aspecto também foi abordado por organizações políticas, sociais, sindicais, de povos originários e de mulheres na chamada Cimeira dos Povos, realizada de forma paralela ao fórum dos mandatários. O Manifesto de Santiago, com as conclusões de mais de 60 mesas temáticas realizadas entre quinta-feira e sábado, denuncia o governo norte-americano "pela sua constante satanização e criminalização das lutas sociais" e pela sua "hostilidade aos governos que adoptam o rumo da emancipação popular".
"Constatamos, esperançosos, o ressurgimento de um extenso protagonismo dos movimentos sociais e das forças políticas progressistas cujas lutas articuladas, cada vez mais amplas e persistentes, influíram decisivamente na eleição - em diversos países - de governantes afins e sensíveis ao grande ideário de emancipação, unidade e integração latino-americana", afirma o texto de quatro páginas.
Entre esses governos é costume incluir, além de Chávez, Morales e Ortega, o presidente Rafael Correa, do Equador e, em menor medida, Luiz Inácio Lula da Silva, o argentino Néstor Kirchner e o uruguaio Tabaré Vázquez, que não participaram da sessão de encerramento. Esses governantes, diz o manifesto, impulsionaram "processos de mudança na região, que consideramos como um avanço de grande projecção histórica". No encerramento do encontro, no velódromo do Estádio Nacional, o próprio Chávez participou como orador.
No meio do choque da sessão plenária, a anfitriã da cimeira, a presidente Michelle Bachelet, pedia - com o rosto sério - que os chefes de Estado se concentrassem nos frutos concretos do fórum, como o Convénio Multilateral de Segurança Social que permitirá aos trabalhadores unificarem nos 22 países as suas contribuições para os fundos de reforma. Mais tarde, na entrevista colectiva junto com Iglesias e o presidente de El Salvador, Antonio Sca - que receberá a cimeira em 2008 - uma Bachelet mais sorridente diminuiu o dramatismo do facto dizendo que o importante era que, junto com uma legitima exposição das diferentes abordagens que convivem na região, se conseguiram resultados concretos.
Iglesias complementou que a reunião do Chile foi a mais rica em acordos na história desta instância, inaugurada em 1991 na cidade mexicana de Guadalajara, por incentivo de Juan Carlos, que participou de todas. O ponto nove da Declaração de Santiago propõe "cumprir, até 2015, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, bem como todos os compromissos do Consenso de Monterrey, em particular com relação à mobilização de recursos adicionais para a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento, incluindo os países de renda média".
O artigo 19 fala em "implementar reformas tributarias por meio de acordos ou pactos fiscais ou outras formas de concentração político-social, que dêem visibilidade às políticas requeridas para o desenvolvimento humano sustentável e a coesão social, fortalecendo, por sua vez, a administração tributaria, evitando a fraude e a evasão". Outras iniciativas da cimeira são a habilitação de dois fundos: um de US$ 1,5 mil milhão criado pela Espanha para sanear e distribuir água potável a milhões de latino-americanos, e outro especial chileno para a protecção da infância.
No Plano de Acção de 53 pontos assinados pelos mandatários figura a criação de um dispositivo de prevenção de desastres naturais, que será estabelecido no Panamá; a aprovação da Carta Ibero-americana de Governo Electrónico; a adopção de um plano de mobilidade académica de pós-graduação e a do programa Rede de Bancos de Leite Humano. Este último uma iniciativa do Brasil, "que permite colectar leite materno em condições sanitárias adequadas e entregá-lo a 130 mil crianças por ano, e o que queremos é estender isso aos países que o desejarem e reduzir a desnutrição e a mortalidade de nossos bebés", explicou Bachelet. A cimeira também aprovou a criação de um observatório de avanços ou retrocessos em matéria de igualdade de género.
Ao encontro de Santiago faltaram apenas os presidentes Felipe Calderón, do México; Leonel Fernández, da República Dominicana, e Martín Torrijos, do Panamá, por diferentes problemas internos. Um dos aspectos destacados no Chile foi a necessidade de serem adoptadas metas concretas e de se estabelecerem formas de fiscalizar os acordos, com pediu expressamente Hugo Chávez na sessão de sexta-feira. Essa também foi um dos principais pedidos das 75 organizações não-governamentais que se reuniram em Santiago no III Encontro Cívico Ibero-americano, nos dias 7 e 8 deste mês.
A desenvoltura com que alguns presidentes discutiram deveu-se, em parte, à instauração, por Bachelet, de um espaço de diálogo mais aberto, denominado "retiro", na tarde de sexta-feira, que os jornalistas puderam acompanhar por um telão, mas sem áudio. Ali observou-se vários deles debatendo calorosamente. Os mandatários pediram que esse espaço se repita na próxima cúpula, embora tenham vontade de se reunir antes, disse Iglesias. A cúpula de 2008, em El Salvador, terá o tema "Juventude e Desenvolvimento", e as de 2009, 2010 e 2012 acontecerão em Portugal, Argentina e Espanha, respectivamente. Daniela EstradaIPS/Envolverde)

Porque não te calas?



"Súbditos e cidadãos
A reacção às disparatadas declarações de Chavez na Cimeira Ibero-americana são mais curiosas do que o episódio em si. Meio mundo aproveitou para dizer que o homem é um ditador sem respeito por ninguém, a outra metade anda embevecida com a superioridade moral da monarquia. Que se dá ao respeito. Que pôs o "ditador" na ordem. Que, ao contrário dos nossos governantes, percebe o perigo mundial que Chavez representa.Curiosamente, quem usa e abusa de ambos os argumentos são os mesmos que, normalmente, se apressam em encontrar públicas virtudes em Alberto João Jardim. Que é o povo que o elege e mantém no poder. Que é demagógico mas tem obra feita. Chavez não é um ditador. É um Alberto João com petróleo. Muito petróleo. É populista, fanfarrónico e tem um projecto de poder pessoal. Tem tudo para ser detestável, e é-o certamente. Mas o problema não é ele ser populista. Isso é o dia-a-dia da América Latina. O engulho é que o seu populismo não tem a casta correcta. Não tem as boas maneiras das famílias que, durante décadas, puseram e dispuseram da América Latina sem o mínimo esgar das boas consciências europeias. Se algué, tem dúvidas, veja-se a disparidade de tratamento entre Chavez e a extrema-direita dos gémeos polacos.Convém lembrar que as horas infindáveis que Chavez passa na televisão pública a fazer propaganda, só encontram paralelo nas horas infindáveis que a oposição passa nos canais privados a fazer propaganda contra o Governo. Quer fazer um referendo para alterar a constituição e terminar com a limitação de mandatos. É errado, e preocupante, mas não deixa de ser irónico ver os mesmos que criticam o fim da limitação de mandatos desdobrarem-se em elogios ao "espírito democrático" de Juan Carlos. O seu cargo, vitalício, trouxe-o uma cegonha de Paris. E não me lembro quando é que se submeteu a qualquer sufrágio. "Porque não te calas?", disse, esquecendo-se que já lá vai o tempo em que as monarquias dispunham dos seus súbditos. Entretanto chegaram os cidadãos. A má educação de Chavez é mais brutal e menos polida, mas não é muito diferente da de Juan Carlos.Pedro Sales
extraido do blog "0 de conduta"

Presidente da Venezuela chamou “fascista” a AznarHugo

"Chávez perguntou ao rei espanhol se estava a par do golpe contra o Governo da Venezuela O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, perguntou ontem ao rei espanhol, Juan Carlos, se sabia do golpe de Estado contra o Governo da Venezuela, continuando a polémica iniciada este fim-de-semana na Cimeira Ibero-americana.
Chávez afirmou durante a Cimeira que o Governo do ex-presidente espanhol, José María Aznar, “apoiou” o golpe de estado de Abril de 2002, que o afastou do poder durante vários dias, como escreveu hoje o diário espanhol “El Mundo”.Chávez recordou que o então embaixador espanhol, Manuel Biturro, entrou com o seu homólogo dos Estados Unidos, Charles Shapiro, na sede presidencial de Miraflores, quando se encontrava preso “de peito armado e com sorrisos”. O líder venezuelano acrescentou ainda: “É muito difícil pensar que o embaixador espanhol vá ao palácio apoiar os golpistas sem a autorização de sua majestade, já que ele dirige a política exterior. Agora entendo a fúria do rei”. Durante a cimeira, o líder venezuelano chamou “fascista” a Aznar, o que desencadeou um confronto com José Luis Rodríguez Zapatero, e a posterior intervenção do rei Juan Carlos I. Chávez comentou que não viu o rei levantar-se da sua mesa durante a Cimeira, facto que só lhe relataram mais tarde os seus assessores.“Nunca nos calaremos e muito menos perante a voz de um monarca”, afirmou Chávez, perante dezenas de jornalistas, numa resposta à pergunta que o rei lhe tinha feito: “Porque não te calas?”.O Presidente da Venezuela disse ainda que se este incidente prejudicar as relações entre os dois países não será culpa sua, já que nunca se referiu ao Governo de Espanha mas sim ao seu ex-presidente. Chávez espera que nenhuma área seja afectada pela troca acesa de ideias, nomeadamente os diversos bancos e empresas espanholas sediadas na Venezuela."
extraido do jornal "Público"