"Numa sofisticada galeria de lojas em São Petersburgo, o funcionário público Ivan Matviéitch é engolido vivo por um réptil exposto à visitação. Com este acontecimento insólito Dostoiévski inicia 'O crocodilo', um conto imprevisível que, mais de cem anos depois, continua a intrigar os leitores- tanto pela sátira impiedosa à burocracia como por sua crítica à concepção de progresso em voga na Rússia. Já o segundo texto que compõe este livro, 'Notas de inverno sobre impressões de verão', é escrito num tom bastante distinto. Aqui Dostoiévski faz o relato febril, quase vertiginoso, de uma viagem que realizou por vários países da Europa no verão de 1862. Particularmente reveladoras são suas observações sobre as metrópoles de Londres e Paris, que resultam numa análise aguda- e atualíssima- da 'personalidade ocidental', cindida entre os pólos do individualismo e da fraternidade, da ambição e do sacrifício."
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