Capítulo Delphi
O ignóbil valente presidente, sempre pouco sensível ao crepúsculo agonizante anunciado em 2007, na ameaça do despedimento de 500 trabalhadores, com palavras plenas de dissimulada iniquidade, deposita agora grinaldas de musgo nas vidas quotidianas de todas as famílias da Guarda, todas elas, um pai ou uma mãe, um filho ou uma filha, um irmão ou uma irmã, estão no cortejo dos condenados. Em cima de suas cabeças conta é a certeza da pena do tombar no olho da rua.
O ignóbil valente presidente onde, num outrora recente, presumiu a soldadura dos votos, é hoje o porta-grinalda da gratidão, é agora o sopro na ferida, pleno de iniquidade, à fábrica de morte, quase que um presunçoso zumbido aos ouvidos dos súbditos trabalhadores, de que afinal não têm porque se queixar de tudo, agradecido à Delphi por ter presenteado a Guarda com a sua presença, e assim se cavam valas de resignação cada vez maiores. Homem de envergadura que sempre resistiu ao apelo, sempre mais-que-legítimo, dos trabalhadores no sentido de serem conversados e resolvidos os seus destinos.
Questionado bastas vezes sobre que medidas iria tomar perante o anúncio do crepúsculo da Delphi, o ignóbil valente presidente molha o dedo na língua, que está na altura de mudar a página, e com esse mesmo dedo na boca atarraxa o silêncio. Do parapeito da sua janela prometeu, no circunscrito tempo das promessas, umas centenas de empregos para a cidade, esqueceu o prefixo “des” (empregos), e bastas vezes, quase sempre, ou, enfim, bastas vezes, esquecer um prefixo faz toda a ladeira da diferença e da indiferença injusta.
Temos ainda que levar com a falta de desvelo, do socialista deputado eleito pela Guarda, Francisco Assis, que lá se foi refastelar na poltrona do poder, eleito pela cidade onde não existe e nem tem vontade de existir, pela cidade que, pela sua mansidão e proximidade da benignidade original, o livra de ser encostado novamente às “cordas” ou a outra ousadia nas consequências.
E as trapalhadas ministeriais? Não fica um ministro na história, na Guarda, pelos seus mais-que-evidentes dotes tauromáquicos, mas por uma tamanha prova de falta de vergonha, do já dito pelo ainda não dito, adiando a verdade com a utopia medíocre da manutenção do posto de trabalho em Castelo Branco.
Ainda no capítulo Delphi
Chamou-me a atenção uma nota do blog de um pequeno partido de esquerda, a deslocação à cidade da Guarda de uma deputada de Lisboa, uma tal de Mariana Aiveca. Estranhei, porém, que, em todo o texto, viessem apagadas as iniciativas locais do partido, ao nível local, e do deputado eleito para a Assembleia Municipal nesta cidade, Jorge Noutel, eleito nas abas do umbigo desse mesmo partido.
Aiveca, na maquilhada simpatia do partido de quem vem fazer mostrar que existe e fazer a sua carreira política, declara à Lusa que o governo "não tomou qualquer tipo de medida a montante, quando já previa que esta situação viria a acontecer", e ainda, "o Governo tem, na prática, assistido ao desmantelamento daquilo que são as empresas que criam valor acrescentado, que criam mais-valia e que podem ser contributos importantes para a economia nacional". Muito bem dito senhora deputada, mas, e, aliás, faltou acrescentar, preocupações bastas vezes manifestadas pelo deputado local Jorge Noutel, quer na Assembleia Municipal da Guarda, quer em anteriores deslocações a Delphi. Não querendo fazer a apologia do deputado, mas, um partido que persiste na furna do eucalipto Lisboeta abre o caminho mais-que-suficiente para um eterno desaire autárquico, que na Guarda até foi excepção com a eleição de mais um deputado municipal.
Ainda no capítulo Delphi
Temos ainda de aturar o clamor rude do prelado, bispo da cidade, oferecendo o colo da sua mesquinha glande de aranha. Fácil de compreender a intenção do predador de fés, é ele quem mais capitaliza no tempo da troca da alma pela esmola, daí se faz a grande festa. Desengane-se senhor bispo, esta gente está, e apenas, com vontade de manter o seu posto de trabalho, há confortos que agora ecoam ao espectro da falácia, fora do tempo, toda esta obstinada bondade embaraça estes trabalhadores.
Voltando ao capítulo Delphi
Reaparece já o mito, o rumor e a reedição da “emigração” para estes 500 proscritos.
Ana Maria Monteiro
O ignóbil valente presidente, sempre pouco sensível ao crepúsculo agonizante anunciado em 2007, na ameaça do despedimento de 500 trabalhadores, com palavras plenas de dissimulada iniquidade, deposita agora grinaldas de musgo nas vidas quotidianas de todas as famílias da Guarda, todas elas, um pai ou uma mãe, um filho ou uma filha, um irmão ou uma irmã, estão no cortejo dos condenados. Em cima de suas cabeças conta é a certeza da pena do tombar no olho da rua.
O ignóbil valente presidente onde, num outrora recente, presumiu a soldadura dos votos, é hoje o porta-grinalda da gratidão, é agora o sopro na ferida, pleno de iniquidade, à fábrica de morte, quase que um presunçoso zumbido aos ouvidos dos súbditos trabalhadores, de que afinal não têm porque se queixar de tudo, agradecido à Delphi por ter presenteado a Guarda com a sua presença, e assim se cavam valas de resignação cada vez maiores. Homem de envergadura que sempre resistiu ao apelo, sempre mais-que-legítimo, dos trabalhadores no sentido de serem conversados e resolvidos os seus destinos.
Questionado bastas vezes sobre que medidas iria tomar perante o anúncio do crepúsculo da Delphi, o ignóbil valente presidente molha o dedo na língua, que está na altura de mudar a página, e com esse mesmo dedo na boca atarraxa o silêncio. Do parapeito da sua janela prometeu, no circunscrito tempo das promessas, umas centenas de empregos para a cidade, esqueceu o prefixo “des” (empregos), e bastas vezes, quase sempre, ou, enfim, bastas vezes, esquecer um prefixo faz toda a ladeira da diferença e da indiferença injusta.
Temos ainda que levar com a falta de desvelo, do socialista deputado eleito pela Guarda, Francisco Assis, que lá se foi refastelar na poltrona do poder, eleito pela cidade onde não existe e nem tem vontade de existir, pela cidade que, pela sua mansidão e proximidade da benignidade original, o livra de ser encostado novamente às “cordas” ou a outra ousadia nas consequências.
E as trapalhadas ministeriais? Não fica um ministro na história, na Guarda, pelos seus mais-que-evidentes dotes tauromáquicos, mas por uma tamanha prova de falta de vergonha, do já dito pelo ainda não dito, adiando a verdade com a utopia medíocre da manutenção do posto de trabalho em Castelo Branco.
Ainda no capítulo Delphi
Chamou-me a atenção uma nota do blog de um pequeno partido de esquerda, a deslocação à cidade da Guarda de uma deputada de Lisboa, uma tal de Mariana Aiveca. Estranhei, porém, que, em todo o texto, viessem apagadas as iniciativas locais do partido, ao nível local, e do deputado eleito para a Assembleia Municipal nesta cidade, Jorge Noutel, eleito nas abas do umbigo desse mesmo partido.
Aiveca, na maquilhada simpatia do partido de quem vem fazer mostrar que existe e fazer a sua carreira política, declara à Lusa que o governo "não tomou qualquer tipo de medida a montante, quando já previa que esta situação viria a acontecer", e ainda, "o Governo tem, na prática, assistido ao desmantelamento daquilo que são as empresas que criam valor acrescentado, que criam mais-valia e que podem ser contributos importantes para a economia nacional". Muito bem dito senhora deputada, mas, e, aliás, faltou acrescentar, preocupações bastas vezes manifestadas pelo deputado local Jorge Noutel, quer na Assembleia Municipal da Guarda, quer em anteriores deslocações a Delphi. Não querendo fazer a apologia do deputado, mas, um partido que persiste na furna do eucalipto Lisboeta abre o caminho mais-que-suficiente para um eterno desaire autárquico, que na Guarda até foi excepção com a eleição de mais um deputado municipal.
Ainda no capítulo Delphi
Temos ainda de aturar o clamor rude do prelado, bispo da cidade, oferecendo o colo da sua mesquinha glande de aranha. Fácil de compreender a intenção do predador de fés, é ele quem mais capitaliza no tempo da troca da alma pela esmola, daí se faz a grande festa. Desengane-se senhor bispo, esta gente está, e apenas, com vontade de manter o seu posto de trabalho, há confortos que agora ecoam ao espectro da falácia, fora do tempo, toda esta obstinada bondade embaraça estes trabalhadores.
Voltando ao capítulo Delphi
Reaparece já o mito, o rumor e a reedição da “emigração” para estes 500 proscritos.
Ana Maria Monteiro
1 comentário:
O taxto está bem escrito mas ainda arranjas um berbicacho do catano!O bispo ainda te manda para a fogueira!
Desde miúda tão dona de ti própria,sem medos dentro de ti!
Um grande beijo
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