"O escritor António Lobo Antunes faltou este sábado a uma iniciativa onde estava prevista a sua presença, alegando «razões de segurança» depois de ter sido publicamente ameaçado de violência física por um grupo de militares reformados, explicou fonte da organização.
Segundo Manuel Faria, vice-presidente executivo da entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo e um dos promotores do iniciativa, o escritor cancelou hoje a sua vinda a Tomar onde estava previsto passar um fim-de-semana de férias e estar presente hoje à noite numa conversa com leitores num café da cidade.
Lobo Antunes terá justificado a ausência com o facto de temer pela sua segurança após ter lido hoje uma notícia do semanário Expresso em que o referido grupo de oficiais reformados admite «dar um par de murros em público» e «ir ao focinho» do escritor.
Na notícia do Expresso, os ex-militares acusam Lobo Antunes de ter difamado e injuriado as forças militares num parágrafo de uma entrevista publicada no livro «Uma Longa Conversa com António Lobo Antunes», da autoria do jornalista João Céu e Silva.
Nesta entrevista, Lobo Antunes fala do número de baixas mortais no seu batalhão na guerra colonial em África e da forma como os soldados tentavam transferir-se para zonas de combate mais calmas.
Segundo afirmam ao Expresso, estes militares reformados querem processar o escritor e negam as referidas baixas em combate e o referido método de transferência dos soldados para zonas de guerra mais calmas.
Lobo Antunes e a sua editora recusaram comentar esta notícia do Expresso.
José Ribeiro, amigo do escritor e membro da Academia Pedro Hispano - da qual Lobo Antunes também faz parte -, interveio nesta iniciativa em Tomar e criticou o escritor por este ter faltado a este compromisso. «Tomar esteve à altura da obra do António Lobo Antunes mas ele não esteve à altura de Tomar», disse José Ribeiro."
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