segunda-feira, 3 de agosto de 2009

...bloco de esquerda casa bem com igreja católica???...tenho urgentemente de voltar a ler marx...

O padre Costa Pinto, é o mandatário da candidatura às legislativas do Bloco de Esquerda em Viseu.
Um ponto de ruptura entre Feuerbach e Marx é a forma com a religião é concebida. Marx não vislumbra, à semelhança do filósofo da essência do cristianismo, o momento da positividade da religião como um primeiro momento para o homem conhecer a sua própria essência, mas caracteriza a religião como o ópio do povo – assim como o ópio era uma substância narcótica muito usada na época, de consumo livre, que atenua a dor, a função da religião é uma anestesia para o sofrimento, para o vazio e não sentido da vida. Quando o sofrimento e a amargura se tornam impossíveis de suportar, as ilusões da religião tornam a vida mais tolerável. A religião é um domínio interior do qual o homem representa de modo imaginário aquilo que é e age de maneira ilusória sobre essa realidade ilusória. Há aqui um sentido de deslocamento para algo que distrai, a crença no amor de Deus oferece o conforto e o consolo aos seres alienados, dando expressão à miséria. As falsas promessas da religião, suportadas pela sociedade alienada, tornam a vida suportável e suportam a própria sociedade.
A religião tem então uma função social, é uma criação do capitalismo para anestesiar o homem do seu sofrimento e das suas condições degradantes, que sem esta anestesia tornariam a vida impossível para o homem, adicionando-lhes a vontade de mudar ou de acordar da sonolência. A religião é o espelho do que a sociedade não pode oferecer, o espelho da insatisfação do homem, o espelho do obscurantismo.
Sendo gerada na alienação económica, na alienação religiosa adivinha-se aqui ressonância da teologia da Idade Média, em que os sacrifícios, e segundo Marx, têm em vista almejar um objectivo maior, no caso do capitalismo, o progresso como motor do bem-estar futuro da humanidade, assim como o céu medieval.
A abolição da religião como felicidade ilusória do povo, abriria portas para o homem procurar a sua verdadeira felicidade, acordando da sonolência e controlando o seu próprio trabalho com base na luta de classes e na revolução. A experiência da felicidade real pelo homem e do povo implica a supressão da religião, assim, a critica à religião é a critica ao vale de lágrimas.
Para Marx, a alienação religiosa está sediada na alienação do trabalho – fazendo a analogia entre a sociedade capitalista e a estrutura religiosa, todas as formas de alienação são aspectos de uma só forma de alienação – a alienação do trabalho, que alastra a todas as criações humanas.
Chiça... agora só me faltava ouvir dizer que afinal o cristo e o marx andam, muito amiguinhos amiguinhos e de mão dada, pelo olimpo, em grandes ramboiadas de sexo alternativo, champanhe e caviar!!!
ana monteiro

4 comentários:

M. Daniel Nicola V. disse...

bem, sempre disseram que Cristo foi o primeiro comunista...

manufactura disse...

... e um grande embusteiro também ... como os padrecos...

M. Daniel Nicola V. disse...

Eu sou um ateu convicto mas não sou de todo anti-clerical até porque conheço pessoas católicas que são mais comunistas que marx sem o saberem... Agora não podemos ser arrogantes ao ponto de ignorar que 90% dos portugueses são cristãos e querer para nós a verdade absoluta da não existência de Deus. Eu estou convicto a 100% que assim seja, mas já desisti de o tentar impôr aos outros.
cps

manufactura disse...

... bastava dar a conhecer a verdadeira história, a começar pelas escolas... quero lá saber que 90% dos portugueses tenham perdido a virgindade na cristandade... e mesmo que tivesse esse poder nada lhes impunha e em nada os tentaria mudar...