sexta-feira, 2 de abril de 2010

...ser culto é igual a ser feliz???....

Depois de ler este post dei comigo a  sorrir... lembrei-me do meu pai, que depois de oito anos dependente de oxigénio e de muita medicação, com grandes limitações na sua vida, no entanto... um dia antes de morrer pediu à minha mãe que lhe levasse ao hospital um medicamento natural, não me lembro o nome, acreditando que iria recuperar, lhe iria dar força... eu acho que o meu pai nunca leu um livro, nem do Manuel Alegre:) :) nem o código da estrada do Catatau (e chumbou no código duas vezes:) :) :)e também no primeiro da condução, insultou o engenheiro e abandonou a viatura!!!)... Mas conhecia os pássaros da região pelo seu canto aos quais replicava no mesmo canto, e alguns até lhe respondiam, queriam conversa... fado (como ele dizia - "querem fado!!!") :) :) :) Há por aí muito "culto" que nem um galo nunca ouviu cantar e se isso algum dia, por alguma sorte ou azar, lhes acontecer, vão desatar a fugir:) :) :) Nem quero acreditar no que lhes possa acontecer se atrás do canto lhes aparecer também o galo:) :) :) Ou se vão prostrar em vénias sucessivas acreditando terem escolhidos para a última manifestação do criador ou vão deixando os vestígios das suas entranhas espalhadas e espaçadas ao ritmo da corrida na fuga:) :) :)

4 comentários:

António disse...

E se em vez do galo,lhes saltar aos caminho (como tu costumas dizer)uma doninha? Devem pensar que chegou a hora do confronto com a encarnação futura. Mas que tonta me saíste:)

manufactura disse...

... olha antónio, e se for umas daquelas galinhas de pescoceira careca???... ou mesmo um capão???.... era o delírio:):):)...

amilcar disse...

Ana, que lindas palavras, as que me enviaste! Dispensam qualquer reflexão filosófico-intelectualoide sobre o tema, que seria sempre coisa despropositada e ridícula perante o sentimento verdadeiro e carinhoso que conseguiste transmitir. As dúvidas, sejam sobre o que for, fazem parte do dia-a-dia. A certeza, essa sim, está presente para sempre no que sentimos e vivemos. Fora disso não há certezas. A cultura instituída e comercializada é como a moda e as roupas de marca. A cultura natural e genuína é a que nos dá prazer e nos faz feliz, nos faz sentir e amar coisas, pessoas, animais, montes e vales, ventos, astros, noites, dias, luar, e o que possamos criar ou recriar com a nossa imaginação. É curioso que haja quem tenha a pretensão de distinguir entre cultura erudita e cultura popular. Quem o faz, em qual das duas se situa? Provavelmente no mundo dos imbecis e tristes de espírito, sem imaginação e sensibilidade. Amar e viver com amor são fontes de cultura infinitamente superiores a qualquer ficção pequeno-burguesa de cultura. Por isso, como bem dizes, ser culto é ser feliz, sentir, ter prazer, amar. Isto pode parecer uma verborreia pseudo-intelectual, mas não é. É apenas a minha vontade de amar. Beijinhos, Amílcar.

Reverendo Bonifácio disse...

Ai manufactura, manufactura... bem sabe que um galo não é um bicho qualquer, ou pode não ser... Bem me recordo eu de conhecer um que de tão matreiro e bravo mais valia ter um bom barrote para se defender dele, poria homens de barba a fugir a sete pés.
Mas para um desses de que fala uma galinha de pescoceira careca bastava.