Confesso que tenho grande simpatia pela ideia anarquista de igualdade humana, a que rejeita todas as opressões das convenções sociais e coloca em pé de igualdade o sapateiro e o engenheiro, rompendo com as teorias, mais ou memos extremistas, derivadas da aplicação das teorias de Darwin à organização de uma sociedade. As desigualdades sociais são assim artificiais e estão na origem da grande discriminação.
A este propósito... tive conhecimento que as cúpulas (sempre as cúpulas) de um partido dito de extrema-esquerda , decidiram fazer circular um abaixo-assinado, pelo alargamento do tempo do subsídio de desemprego. Mas... anexado ao dito vem o conselho e a pressão, às coordenadoras locais, para que o primeiro subscritor seja uma INDIVIDUALIDADE... e se for uma individualidade desempregada tanto melhor (acrescento eu)Hum!!! Estava tudo a correr tão bem...
Veio-me aqui, agora, à ideia uma passagem do "O anarquista banqueiro" que diz o seguinte: "Não percebia, dentro ou fora do sistema burguês, em que é que o trabalho de um tipógrafo tinha menos valor, social ou humano, que o trabalho de um barbeiro. Nem percebia porque é que, em boa justiça, eu tipógrafo, havia de ganhar mais, porque ganhava, do que um cavador de enxada(...)uma economia que produzia esses resultados era, para mim, e ainda é, uma injustiça e uma tirania". Pergunto eu agora, qual é a diferença entre a assinatura da dita individualidade e de um operário recém-desempregado da Delphi da Guarda? É porque o primeiro tem poder para furar os enconsos corredores mediáticos? Temos de aceitar isso como um destino? Só por si, na boa tradição maquiavélica, na boa tradição mais conservadora, na boa tradição da aceitação tácita da lógica truncada e viciada de que as coisas são como são, invocando a velha lógica de que para se fazerem omeletes temos de partir alguns ovos, valerá a pena, sem qualquer peia, assumir a discriminação humana como um facto consumado para aparecer num jornal ou numa televisão?
Questiono-me se, em vez de peixeiras fossem doutores, francisco louçã viraria as costas, eu acho que ajoelharia em todo o esplendor do sentido bíblico:)
A estas caricaturas pardas legitimadoras da desigualdade humana, da desigualdade dos privilégios e dos estatutos, chamo eu cabrões, grandes cabrões...
A estas caricaturas, penduradas em cruzetas, ávidas do galope no celulóide, chamo eu cabrões, grandes cabrões...
Veio-me aqui, agora, à ideia uma passagem do "O anarquista banqueiro" que diz o seguinte: "Não percebia, dentro ou fora do sistema burguês, em que é que o trabalho de um tipógrafo tinha menos valor, social ou humano, que o trabalho de um barbeiro. Nem percebia porque é que, em boa justiça, eu tipógrafo, havia de ganhar mais, porque ganhava, do que um cavador de enxada(...)uma economia que produzia esses resultados era, para mim, e ainda é, uma injustiça e uma tirania". Pergunto eu agora, qual é a diferença entre a assinatura da dita individualidade e de um operário recém-desempregado da Delphi da Guarda? É porque o primeiro tem poder para furar os enconsos corredores mediáticos? Temos de aceitar isso como um destino? Só por si, na boa tradição maquiavélica, na boa tradição mais conservadora, na boa tradição da aceitação tácita da lógica truncada e viciada de que as coisas são como são, invocando a velha lógica de que para se fazerem omeletes temos de partir alguns ovos, valerá a pena, sem qualquer peia, assumir a discriminação humana como um facto consumado para aparecer num jornal ou numa televisão?
Questiono-me se, em vez de peixeiras fossem doutores, francisco louçã viraria as costas, eu acho que ajoelharia em todo o esplendor do sentido bíblico:)
A estas caricaturas pardas legitimadoras da desigualdade humana, da desigualdade dos privilégios e dos estatutos, chamo eu cabrões, grandes cabrões...
A estas caricaturas, penduradas em cruzetas, ávidas do galope no celulóide, chamo eu cabrões, grandes cabrões...
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