A presença da corrupção parece fazer parte do nosso quotidiano, mesmo perante a precaridade instalada no desenrolar da nossa finitude, desde muito cedo nos arrogamos o direito de negociar de antemão a garantia do tráfico de um "lugarzinho no céu" em troca de "uma fitinha para o chapéu" como ouvimos nesta aparente cantiga infantil.
Eu chamaria a isto a "cunha metafísica", pressionar o privilégio, a influência na decisão em troca de uma singela mas generosa fitinha para o chapéu, depressa se tranforma numa gorgeta dada ao empregado do hotel, no cabrito e na galinha dada aomédico, na garrafa de porto ao polícia, no pedido à prima do assessor do empresário ou do comparsa partidário, no saco azul, nas brigadas dos electrodomésticos, nas violações aos PDM´s, nos subornos (mercedes) a vereadores, nos financiamentos ilegais de campanhas...
A corrupção é desculpabilizada tanto nos rotineiros costumes afegãos, como nos portugueses, aliás, riscar a corrupção seria mutilar gravemente a identidade deste país de "fadistas e faias", seria como tirar o cozido da nossa tradicional ementa, quem nunca ouviu dizer de um autarca "rouba, mas tem obra feita"!!!
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