...sou ideologicamente materialista, nunca me apercebi que da masturbação viesse algum mal ao mundo, mas, peço então desculpa se as minhas masturbações públicas congestionam o seu ego beato e deletério, o anónimo deve ser mais adepto de uma masturbação mais intíma,quiçá, o jacto do bidé, com a vantagem de não criar calo nos dedos:) :) :) quiça, dentro da solenidade de uma igreja na fluida fantasia do "ajoelhar"...
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
...ao abrigo do direito de resposta ao comentário de um anónimo no post anterior...
...sou ideologicamente materialista, nunca me apercebi que da masturbação viesse algum mal ao mundo, mas, peço então desculpa se as minhas masturbações públicas congestionam o seu ego beato e deletério, o anónimo deve ser mais adepto de uma masturbação mais intíma,quiçá, o jacto do bidé, com a vantagem de não criar calo nos dedos:) :) :) quiça, dentro da solenidade de uma igreja na fluida fantasia do "ajoelhar"...
... a minha pérola política de dois mil e nove... discurso de vinte e cinco de abril na assembleia municipal da covilhã...
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
... on the road de jack kerouac...
TMG - CAFÉ CONCERTO
...eram dias de cem anos, rosnavam e mal mordiam...
domingo, 27 de dezembro de 2009
...sherlock van damme...
...re...re...re...re...ler...
sábado, 26 de dezembro de 2009
...my special one...
...medeia...
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
...que fazer com tanta riqueza?...
1ª hipótese: duplicar em termos médios o rendimento dos habitantes do planeta, o que poderia ter sido feito:
a) na mesma percentagem para todos, mantendo o nível de desigualdade;
b) em percentagem maior para os mais pobres, diminuindo a desigualdade;
c) ou em percentagem maior para os mais ricos, aumentando a desigualdade.
2ª hipótese: diminuir para metade, também em termos médios, o tempo de trabalho dos habitantes do planeta
a) diminuindo os horários semanais,
b) alargando os períodos de férias,
c) baixando a idade de reforma
d) e/ou aumentando o desemprego
O que aconteceu na realidade não tem a ver com nenhuma inevitabilidade histórica ou demográfica nem com o funcionamento “normal” do mercado: foi um facto puramente político, isto é, teve tudo a ver com relações de força.
A história do “primeiro produzir, depois distribuir” é, como a última década provou, uma treta. Na próxima década o PIB do planeta pode duplicar de novo, ou triplicar, ou até decuplicar: se as relações de força não se alterarem, nada disto resultará em qualquer diminuição nas desigualdades ou em aumento dos salários, alargamento dos tempos livres ou melhoria da segurança no emprego.
Pelo contrário: os economistas do regime, as estrelas do empresariado e os comentadores encartados têm saturado os media com os mesmos avisos que já faziam há dez anos, e há vinte: é preciso moderar, ou até diminuir, os salários; é preciso e inevitável aumentar a idade de reforma e o tempo de trabalho semanal; é preciso e inevitável “flexibilizar” – ou seja, precarizar ainda mais – o emprego; é preciso e inevitável diminuir as prestações sociais e dificultar-lhes o acesso; é preciso e inevitável competir sem quaisquer barreiras com os países onde se fuzilam sindicalistas, como se esta competição alguma vez pudesse ser igual ou justa.
É preciso que na próxima década as relações de forças se alterem: é espantoso ver como as “inevitabilidades” se dissipam sempre que isto acontece. E não vão ser os partidos ditos socialistas, trabalhistas ou social-democratas que o farão a partir de cima: temos que ser nós, a partir de baixo. We, the People, como se escreve na Declaração de Independência Norte-Americana. O Povo Soberano: trabalhadores, consumidores, contribuintes, eleitores.
E para começar, podemos apoiar a greve dos funcionários dos hipermercados no próximo dia 24. O que está em causa nesta greve é muito simples: os patrões querem testar a eficácia do celerado Código de Trabalho que um sempre obediente Parlamento lhes ofereceu; os trabalhadores querem ter a liberdade de gerir as suas próprias vidas.
É possível que esta greve não tenha grande adesão: a relação de força não é favorável aos grevistas e muita gente, sem dúvida, irá trabalhar contrariada.
Mas contra os consumidores não têm os empresários qualquer poder de retaliação. Boicotemos os hipermercados e as cadeias de supermercados no dia 24. Se não nos for possível fazer as nossas compras noutro dia, façamo-las no comércio tradicional.
O pequeno comércio pode ajudar nesta luta. Para os patrões, será vantajoso manter os estabelecimentos abertos tanto tempo quanto possível. Para os empregados, trabalhar 12 ou 14 horas neste dia poderá ser tão vantajoso como não as trabalhar para os seus colegas das grandes superfícies; para os consumidores, serão desvantajosos os preços, mas vantajosa a variedade dos produtos disponíveis (numa mercearia fina da Baixa podemos comprar coisas que não há em nenhum hipermercado).
Não é preciso ser de esquerda, e muito menos de extrema-esquerda, para cumprir este dever cívico: basta saber um pouco de aritmética elementar, ter um mínimo de vocação para a liberdade e conservar um resquício de humanidade no coração. E não estar disposto a ser, daqui a dez anos, mais pobre num mundo mais rico".http://www.legoergosum.blogspot.com/2009/12/que-fazer-com-tanta-riqueza.html
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
...aminetu haidar...
Dominados por Espanha até 1975, os sahauris proclamaram nesse ano a independência mas os Acordos de Madrid entregaram a determinação do país a Marrocos e à Mauritânia. Em 1979, a Mauritânia abdicou da sua parte do território mas o exército marroquino anexou o país e fixou-se no Sahara Ocidental até aos nossos dias. A guerra entre a movimento da Frente Polisario, que defende a auto-determinação da RASD (República Árabe Sahauri Democrática), e o reino marroquino, dura há 33 anos. Um conflito surdo e mudo que, ocasionalmente, faz soar minas e metralhadoras para despertar a atenção do mundo. A Polisario pede o referendo, Marrocos defende o direito de controle da região. Muitos especialistas em direito internacional traçam um paralelismo entre a anexação de Timor-Leste, pela Indonésia, e do Sahara Ocidental, por Marrocos.
No Sahara Ocidental foi construído um dos muros mais vergonhosos dos nossos tempos, com mais de 2000 quilómetros de betão ao longo de um campo de areia minada, dividindo os dois terços de território regidos por Marrocos da parcela libertada pela Polisario. Mais de 150 mil sahauris foram obrigados a esconder-se na Argélia e vivem hoje no campo de refugiados de Tindouf, considerado por António Guterres, Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, como um exemplo de organização em acampamentos de expatriados.
Este muro, minado de ponta a ponta e de ponta a ponta vigiado por milhares de soldados, mede 60 vezes mais do que o Muro de Berlim.
Por que será que há muros tão altissonantes e muros mudos?
Foi neste mundo hostil que Aminetu Haidar cresceu, em El Aaiún, capital do Sahara Ocidental. Haidar foi pela presa pela primeira vez em 1987, por se manifestar contra a ocupação marroquina durante uma visita da ONU ao país. Durante quatro anos, a sahauri foi torturada e humilhada nas celas sórdidas de El Aaiún, apelidada de “Prisão Negra” por todos aqueles que tiveram a má sorte de por lá passar. A activista passou quase quatro anos de olhos vendados, sozinha, foi brutalmente espancada e torturada para confessar a prática de acções de terrorismo que a condenassem a um julgamento legítimo. Em vão. Haidar é uma pacifista e não cedeu. Após a libertação, continuou a organizar manifestações pacíficas e greves de fome para alertar a opinião pública da repressão sentida pelos sahauris. Ao contrário de Xanana Gusmão, Haidar tem lutado sem armas. Isso já lhe valeu o cognome honorário de “Gandhi Sahauri” e vários reconhecimentos internacionais: Prémio Coragem Civil 2009 (EUA), Prémio de Direitos Humanos Robert F. Kennedy 2008 e Juan Maria Bandrés (Espanha).
Na passada sexta-feira, Haidar, casada e mãe de dois filhos, voltava para El Aaiún depois de uma conferência nas Canárias. À chegada ao aeroporto do deserto, recusou declarar-se marroquina. A polícia levou-a para uma pequena sala do aeroporto, desapropriou-a do passaporte e do telemóvel, disparou centenas de flashes em direcção aos seus olhos fragilizados por quatro anos de escuridão e expatriou-a para Lanzarote, Espanha. No domingo, Haidar entrou novamente em greve de fome. Quer voltar ao seu país mas está impedida de fazê-lo pelas autoridades espanholas e marroquinas. O caso já está a provocar uma onda de solidariedade por todo o mundo.
O problema dos sahauris, que se arrasta há mais de três décadas, não parece preocupar os diplomatas e políticos portugueses que tanto lutaram pela causa timorense. Pelo contrário, Portugal está inserido no programa de colaboração da União Europeia com Marrocos que permite aos arrastões europeus pescar nas ricas águas do Sahara Ocidental. Haidar continua a sacrificar-se para entregar aos sahauris o peixe das suas águas, para permitir aos refugiados de Tindouf o regresso à sua terra e para levar aos tribunais todos os torturadores dos activistas sahauris. O referendo já esteve iminente por duas vezes, mas Marrocos não aceitou os termos do sufrágio." Associação de Amizade Portugal – Sahara Ocidental
...o contrapasso...
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
...receita de bolo rei...
200g açúcar
750g farinha
1 fava
30g fermento de padeiro
175g frutas cristalizadas
250g frutos secos
raspas de laranja q.b.
raspas limão q.b.
150g margarina
1 colher de sobremesa sal
4 ovos
1 dl. vinho do Porto
Preparação:
Depois de retirar as sementes que possam haver, pique as frutas e deixe-as a macerar com o vinho do Porto (deixe algumas inteiras para enfeitar). Dissolva o fermento de padeiro em 1 decilitro de água morna, junte a 1 chávena de farinha e deixe a levedar em lugar não muito frio durante 15m. Entretanto, bata a margarina, o açúcar, e as raspas de limão e laranja, junte os ovos (batendo um a um), e o fermento. Quando tudo estiver bem ligado adicione o resto da farinha e o sal. Amasse até que a massa fique elástica e macia e junte as frutas, misturando muito bem. Molde a massa numa bola, polvilhe com farinha e tape a massa com um pano, deixando levedar num ambiente não muito frio durante 5 horas. Depois da massa ter duplicado de volume, coloque-a sobre um tabuleiro e faça-lhe um buraco no meio. Introduza um brinde (bem embrulhado em papel vegetal) e 1 fava, e deixe levedar mais uma hora. Pincele o bolo com gema de ovo, enfeite com frutas cristalizadas inteiras, torrões de açúcar, pinhões, nozes, etc., e leve a cozer em forno bem quente. Depois de cozido pincele o bolo-rei com geleia diluída num pouco de água quente.
...the brooklyn follies...
Neste “The Brooklyn Follies”, o narrador, Nathan, é um ex-angariador de seguros, quase a fazer 60 anos, que se reforma antecipadamente por sofrer de cancro do pulmão, sem nunca ter fumado. Como Auster é fumador, percebe-se a ironia. Nat conta-nos inúmeras histórias, ao longo das quase trezentas páginas deste livro: a sua própria história, como ele acaba por vencer o cancro, como se entretém a escrever um livro, nas horas vagas, e como quase que morre de um ataque cardíaco, que afinal era uma esofagite; do seu sobrinho Tom, que tinha um brilhante futuro académico, mas acabou por se tornar taxista em Manhattan, depois, empregado num alfarrabista e, finalmente, milionário; da sua sobrinha Aurora, mãe solteira, com uma vida desregrada, cheia de namorados de ocasião, álcool e drogas, que acaba por aderir a uma daquelas igrejas cristãs fundamentalistas; de Harry, o alfarrabista, ex-presidiário, homossexual e sempre a arranjar esquemas para ganhar dinheiro com falsificações, etc, etc.
Quando acabamos de ler este livro, sentimo-nos bem, por dentro. A vida é, de facto, feita destas pequenas coisas: coisas boas e coisas más, que nos vão acontecendo; algumas delas, acontecem-nos porque nós fazemos por isso mas, a maior parte dessas coisas, simplesmente acontecem, por acaso. E o nosso papel, parece-me, é tentar domar esses acontecimentos e fazer com que eles, por mais estranhos e desesperados que sejam, acabem por nos favorecer. "
sábado, 12 de dezembro de 2009
"Monterey, cidade de 26.000 habitantes na época, situada a 160 km ao sul de San Francisco, Califórnia, foi o local escolhido para o 1º mega festival de rock da história, inspirado nos festivais de jazz que aconteciam desde 1958 e que atraia nomes como Billie Holiday e Modern Jazz Quartet. Aconteceu entre os dias 16 a 18 de junho de 1967, em pleno Verão do Amor, e que atraiu um público de 200.000 pessoas, o dobro da expectativa, sendo que 60.000 pessoas compareceram ao festival, um dos principais eventos do Movimento Hippie, que teve seu pico no Festival de Woodstock, em 1969, na costa leste dos EUA.
1967 foi o ano em que o Rock Psicadélico dominou o mundo. E quando se fala em estética psicadélica, fala-se do Movimento Hippie. O auge desse estilo aconteceu com o Sgt. Pepper’s (Beatles, 1 de junho de 1967, 15 dias antes do início do festival), que foi o 1º álbum conceitual top 1 no mundo; o Pinky Floyd com “The Pipper at the Gates of Dawn” (1967); o Jefferson Airplane que lançou “Surrealistic Pillow” e ainda, Merry Pranksters, Jimi Hendrix Experience, Janis Joplin, The Doors. Essa fase musical está associada à cultura oriental, música clássica indiana, drogas (principalmente Cannabis e LSD), até Música Concreta (Kalr-Heinz Stockhausen). Esses componentes influenciaram Beatles (v. “Norwegian Wood”, para o Rubber Soul de 1965 e “Tomorrow Never Knows”, para o Revolver, de 1966), The Rolling Stones “(Paint it Black”, 1966), Frank Zappa and The Mothers of Invention (Freak Out), Pinky Floyd e Grateful Dead (Anthem of the Sun). Por falar em Grateful Dead, consta que quando ainda tinham um perfil folk, foram os primeiros a dar um passo na direcção da psicadelia com o nome Mother McCue’s Uptown Jug Champions, em San Francisco. Com influência de Beatles e Byrds, trocaram os instrumentos acústicos pelos elétricos em 1965, e mudaram o nome para Warlocks. Depois disso encontraram os Merry Pranksters e Ken Kesey, um ícone da geração hippie, em novembro de 1965 e em dezembro de 1965 mudaram o nome para Grateful Dead. A primeira banda a utilizar o termo ‘psicadélico’ na música pop foi também uma banda folk, The Holy Modal Rounders, em 1964, com “Hesitation Blues”. No rock, os primeiros foram a banda 13th Floor Elevators, e The Deep, com o álbum “Psychedelic Moods” em setembro de 1966. Depois vieram “Psychedelic Lollypop” do Blues Magoos, banda da Califórnia, e “The Psychedelic Sounds of 13th Floor Elevators”. Os primeiros a tocarem sob o efeito de LSD foram The Charlatans, banda de San Francisco, em 29 de junho de 1965, no Red Dog Saloon, em Virginia City, Nevada, USA. E os primeiros a mencionarem o LSD foram os The Fugs em “I Coudn’t Get High”. O primeiro single psicadélico foi “Sunshine Superman“ , do Donovan, também de 1965.
Barco e montanha, Peter Max
Apesar de que a maioria dos que entraram não tivesse convite, o festival teve uma arrecadação de US$ 200.000, destinados a instituições beneficientes. Contribuiu para isso o facto de que todos os artistas tocaram de graça, com excepção de Ravi Shankar, porque já havia sido contratado antes ainda de decidirem tornar o festival beneficiente. No espírito de paz e amor, tudo decorreu sem problemas durante os 3 dias que durou, com boa organização, comida e bebida e acomodações para todos. O The Monterey Internacional Pop Festival foi organizado por John Phillips, dos Mamas and the Papas, pelo produtor da banda Lou Adler e um quadro de organizadores formado por Mick Jaegger, Paul MacCartney, Brian Wilson, Donovan, Roger McGuinn (The Byrds), Paul Simon, Johnny Rivers, Alan Pariger e Derek Taylor. Um dos factores que garantiu o alto astral é que a segurança do evento foi feita por hippies da comunidade. Segundo McGuinn, a principal lembrança de Monterey “…foi a felicidade e a comunhão. Foram 3 dias incríveis, o público misturado com os artistas, além da música. Hendrix, Janis, Otis, meu Deus, foi incrível”. Na mesma entrevista diz que foi Paul MacCartney quem insistiu para que Hendrix tocasse no festival “vocês precisam vêlo ao vivo. Ele é selvagem”. Foi em Monterey que foram revelados Jimi Hendrix e Janis Joplin, a ainda desconhecida vocalista da banda Big Brother & The Holding Company. Tocaram, pela ordem :
16 de junho – The Association ; The Paupers (banda canadense) ; Lou Rawls ; Beverly ; Johnny Rivers; The Animals ; Simon & Garfunkel
17 de junho – Canned Heat ; Janis Joplin com Big Brother & The Holding Company ;
Country Joe & The Fish ; Al Kooper ; The Butterfield Blues Band ; The Eletric Flag ; QuickSilver Messenger Service ; Steve Muller Band ; Moby Grape ; Hugh Masekele ; The Byrds ; Laura Nyro ; Jefferson Airplane ; Booker T & The MG’s ; Otis Redding
18 de junho – Ravi Shankar ; The Blues Project ; Big Brother & The Holding Company ; Jimi Jendrix Experience ; The Group With No Name ; Buffalo Springfield ; Scott McKenzie ; The Who ; Grateful Dead ; The Mamas & The Papas. Jimi Hendrix
As grandes ausências obviamente foram os Beatles (havia rumores de que fariam apresentação relâmpago, logo desmentidos. Ainda estavam ressabiados por causa dos problemas enfrentados em 1966, por conta da reacção à entrevista do Lennon); os Rolling Stones (por causa da prisão por drogas do Mick Jagger e do Keith Richards), e Bob Dylan, que havia sofrido um acidente de moto. Também foram convidados e não compareceram, os Beach Boys, Captain Beefheart & The Magic Band, The Kinks, Donovan (ambos por não conseguirem vistos para entrar nos EUA) e o Cream, porque o Eric Clapton pretendia estrear o Cream em grande estilo. Mas mesmo com as performances arrasadoras de Hendrix com o Experience, quando ateou fogo na guitarra ( a 1ª guitarra – Fender Stratocaster 1965 – incendiada do J. Hendrix aconteceu em março de 1967, no Finsbury Astoria, Londres, e foi leiloada em 4 de setembro de 2008, em Londres, por US$ 470.000) ao final de “Wild Thing” (dos Troggs); do Who com a quebradeira de Pete Townshend; dos hinos “Somebody to Love” (Jefferson Airplane) e “San Francisco” (Scott McKenzie), consta que quem incendiou mesmo a platéia foi Otis Redding (que substituiu os Beach Boys a poucos dias do festival começar), com interpretações maravilhosas de “Shake”, “Satisfaction”, “Respect” e “Try a Little Tenderness”, acompanhado pelo lendário guitarrista Steve Cropper e a banda Booker T. & The MG’s. Como disse Brian Jones, dos Rolling Stones (abaixo, com Nico, do Velvet Underground, no Monterey Pop), em lágrimas, após a apresentação de Otis : “Nem por 1 milhão de dólares subo no palco depois de um show de Otis Redding”.
Poucos meses depois, em 10 de dezembro de 1967, Otis com apenas 26 anos, morreria em acidente aéreo, quando o avião em que viajava caiu no Wisconsin. E Brian, 2 anos depois, em condições misteriosas.
O clima do festival era tão bom, que o chefe de polícia de Monterey, Frank Marinello, dispensou metade do efetivo policial antes do evento terminar. Afirmou nunca ter visto multidão tão pacífica. De certa forma, Monterey foi o balão de ensaio de todos os festivais e megashows que aconteceram desde então, embora nenhum com sua magia, e também porque introduziu no programa possibilidades mais abrangentes ao convidar artistas de culturas desconhecidas e diferentes (Ravi Shankar, da India, que já havia gravado com os Beatles, e Hugh Masekela, da Africa do Sul), o que se chama hoje de “world music”. Uma boa definição do que ocorreu foi dada pelo jornalista Stephen K. Peeles, que disse : “Foi a colisão do ’stablishment’ corrupto com a contracultura emergente, sem feridos”. A frase impressa nos convites dizia : “Use flores, seja feliz, traga sinos. Teremos um festival”. "
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
...invisível...la seducción de paul auster...
No se equivoquen: no ha traicionado su mundo. Sabemos que a Auster le preocupa el papel del escritor --de sí mismo-- en el destino de los personajes. Por eso tiene predisposición a inventar protagonistas que son, de alguna manera, Austers posibles: Adam Walker hace un trabajo mecánico y desagradecido (clasifica libros en una biblioteca) como Auster fue marino en un petrolero; Walker podría haberse convertido en un novelista tan laureado como su creador si una noche no se hubiera encontrado con un chico negro que quiso atracarlo y no hubiera ido acompañado de un diablo vestido de blanco con la navaja fácil y la lengua bífida. No importa que ese atraco, como el incesto, pueda ser falso: lo importante es que Walker lo incorpora a su particular autobiografía porque sabe que todo lo que se cuenta, lo que se escribe, es al final ficción, y que solo la ficción puede redimirle.
Es inevitable que una novela que habla sobre el poder de la seducción --del mismo modo que Walker cae en las redes de una pareja de peligrosos diletantes, a la manera de El placer de los extraños de Ian McEwan, el lector se siente atrapado en las redes de Walker-- hable sobre literatura.
EL LECTOR, EN EL CENTRO Auster siempre ha tendido a la metaficción, y en este caso tiene la feliz ocurrencia de incluir al lector en el centro del relato, de hacerlo responsable de terminar la novela que Walker no ha podido acabar. Es una idea preciosa, que demuestra hasta qué punto lo que ha puesto en práctica Walker hasta entonces es la invención del yo, ese "invisible", esa ausencia que todo verdadero artista intenta plasmar en una "imagen-fantasma" que es huidiza y persistente al mismo tiempo.
Jim, uno de los narradores de Invisible, encuentra las notas que ha tomado Walker para terminar la tercera parte de su novela póstuma, titulada Otoño. "En las tres últimas páginas, el derrumbe es casi total", escribe. "Walker siente cómo se le va escapando la vida, y pese a todo sigue adelante como puede, sentándose frente al ordenador por última vez para llevar la historia a buen término". Auster coloca a un fantasma delante del teclado, un fantasma que se agarra al arte de narrar como si fuera el único combustible que le salva de la disolución final. Lo invisible es la muerte, y la muerte, en esta notable novela de Auster, escribe por nosotros. aqui
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
...mahmoud darwish...
Partons tels que nous sommes
Une dame libre
Et son ami fidèle
Partons ensemble dans deux chemins
Partons tels que nous sommes, unis
Et séparés
Rien ne nous fait mal
Ni le divorce des colombes
Ni le vent autour de l’église...
Ou le froid au creux des mains
Les amandiers n’ont pas assez fleuri
Souris et ils fleuriront encore
Entre les papillons de tes fossettes
Sous peu nous aurons un autre présent
Retourne-toi, tu ne verras
Qu’exil, derrière toi
Ta chambre à coucher
Le saule de la place
Le fleuve derrière les immeubles de verre
Et le café de nos rendez-vous... tous, tous
Prêts à se muer en exil
Soyons donc bons!
Partons, tels que nous sommes
Une femme libre
Et son ami fidèle
Partons tels que nous sommes
De Babylone, nous sommes venus
Avec le vent
Et vers Babylone, nous marchons...
Mon voyage n’était pas suffisant
Pour que, sur ma trace, les pins
Se changent en mots de louanges du lieu méridional
Nous sommes bons ici. Vent du nord
Notre vent, et méridionales, les chansons
Suis-je une autre toi?
Et toi, un autre moi?
Ce n’est pas mon chemin à la terre de ma liberté
Mon chemin à mon corps
Et moi, je ne serai pas moi à deux fois
Maintenant que mon passé a pris la place de mon lendemain
Que je me suis scindée en deux femmes
Je ne suis ni orientale
Ni occidentale
Et je ne suis pas un olivier qui a ombragé deux versets
Partons donc
"Pas de solutions collectives aux obsessions personnelles"
Il ne suffisait pas d’être ensemble
Pour être ensemble...
Il nous manquait un présent pour voir
Où nous étions. Partons tels que nous sommes
Une femme libre
Et son vieil ami
Partons ensemble dans deux chemins
Partons ensemble
Et soyons bons...
...elegia indo para o leito...
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado,
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
O que ele guarda, quieto, tão de perto.
O corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
Os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens. Tu, meu anjo, és como o céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
O que o meu anjo branco põe não é
O cabelo mas sim a carne em pé.
Deixa que a minha mão errante adentre
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre.
Minha América! Minha terra à vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha mina preciosa, meu Império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
Onde cai minha mão, meu selo gravo.
Nudez total! Todo o prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
O olho do tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados, a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-
Te: atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.
...to shoot an elephant"
"...afterwards, of course, there were endless discussions about the shooting of the elephant. The owner was furious, but he was only an Indian and could do nothing. Besides, legally I had done the right thing, for a mad elephant has to be killed, like a mad dog, if it's owner fails to control it".
George Orwell defined a way of witnessing Asia that still remains valid. "To shoot an elephant" is an eye witness account from The Gaza Strip. December 27th, 2008, Operation Cast Lead. 21 days shooting elephants. Urgent, insomniac, dirty, shuddering images from the only foreigners who decided and managed to stay embedded inside Gaza strip ambulances, with Palestinian civilians. " aqui
... a ligeireza com que se despe o sentido da coisa...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
... o f.c.porto é assim... fantástico...
...não à tourada, sim à cultura...
Pelo bem de todos os seres sencientes, incluindo o de quem, por ignorância, os faz sofrer.
Leia o texto da petição e assine-a aqui.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
...diligências inúteis...
...já não existem mais bons argumentos. já tudo foi dito, pela esquerda e pela direita...
...homem na escuridão...
É já quase a meio do livro que se apresenta oficialmente a personagem principal: «Crítico literário reformado, setenta e dois anos, vive com a filha de quarenta e sete anos e a neta de vinte e três. A mulher dele morreu o ano passado. O marido da filha deixou-a há cinco anos. O namorado da neta foi morto.»
August Brill tem uma noite de insónias («mais uma noite em branco na imensidão da natureza selvagem da América») e a mente divaga. Os problemas familiares levam-no a reflectir sobre a sua própria vida ao mesmo tempo que inventa uma Guerra Civil nos Estados Unidos da América.
Aqui o 11 de Setembro não aconteceu, as Torres Gémeas ainda preenchem o céu de Nova Iorque e a guerra do Iraque nunca teve lugar. Em vez disso, os estados americanos estão em luta, e só há uma maneira de acabar com ela: Owen Brick (personagem inventada por August Brill) tem de matar o seu criador, o crítico literário cujas insónias o levam a criar mundos paralelos.
Paul Auster vai aparecendo nas entrelinhas, e há muito do autor por ali. Um ataque de tosse traz por momentos August Brill à realidade num momento em que se lembra dos protestos raciais em Newark de 1960. Essa é também uma parte da história de Paul Auster, essas páginas saíram directamente da vida dele.
Há também em «Homem na Escuridão» as narrativas intercaladas ao estilo de Paul Auster: de um lado uma personagem perdida numa Guerra Civil nos EUA do outro os dramas de uma família (quase) vencida pelas tragédias pessoais.
Não é um livro negro este, ainda assim. Depois de mergulhar fundo no poço de cada membro da família, a esperança surge na forma de uma frase de um poema de Rose Hawthorne, sobre quem a filha de Brill escreve um livro. Um verso de que August Brill gosta muito, e arriscamos a dizer que Auster também: «Enquanto o bizarro mundo continua a girar».
A morte no Líbano, em 2006, de Uri Gorssman, filho do escritor israelita David Grossman (a quem Paul Auster dedica o livro) foi o catalizador para escrever um livro sobre a famíla. Os destroços deixados pela morte de uma familiar roubado pela guerra é também uma das linhas mestras de «Homem na Escuridão». Eis o actual drama dos soldados norte-americanos puxado para dentro do livro. Mas esta obra é também, em parte, diz Paul Auster, uma reacção às eleições norte-americanas de 2000: “Al Gore ganhou e a vitória foi-lhe roubada pelos republicanos”, diz o autor.
Há momentos de fuga em «Homem na Escuridão». Sentados no sofá, avô (Agust Brill) e neta vêem e reveêm clássicos do cinema. Fogem das imagens que os assombram partindo para outras. Analisam filme a filme, cena a cena, elaboram teorias da criação cinematográfica. Imaginamos Paul Auster, escritor, ensaísta e também realizador a debitar todas as considerações sobre «objectos inanimados» nos filmes e a sua importância.
O próximo livro de Paul Auster já está terminado. «Invisible» tem como personagem central um jovem de vinte anos que vive em 1967. No cinema, não há nada planeado para os próximos tempos. Depois de «A vida interior de Martin Frost» (parcialmente rodado em Portugal), o autor ainda pensou levar ao grande ecrã «No país das últimas coisas», mas desisitiu do projecto." Vera Moutinho